O setor da saúde exige dos profissionais, especialistas, enfermeiros, médicos, farmacêuticos, uma grande capacidade de liderança para orquestrar recursos humanos, desenvolvimento tecnológico, prestação de cuidados, sustentabilidade e eficiência. A sociedade mudou, as profissões mudaram. É urgente dar reposta à nova realidade do sector e desenvolver competências na área de gestão, estratégia e economia, com aplicação na indústria dos cuidados de saúde.
Não existem ingredientes perfeitos, mas existem combinações infalíveis: Saber e Sentir. Juntar novos conhecimento em gestão, liderança, transformação digital, empreendedorismo e políticas de saúde, à experiência no terreno na prestação de cuidados e na capacidade empática de quem colabora e responde pelos mesmos, pois o sentir tem a força de quem viveu. Não existem melhores intervenientes na construção de uma saúde customizadora de cuidados do que os que nela e para ela colaboram. Há que adicionar empoderamento, dotando os profissionais de competências que lhes permitam repensar a saúde e o seu trabalho, de forma a serem agentes ativos de mudança.
Cada vez mais a saúde tem uma componente tecnológica e digital, seja no tratamento de dados, seja na auto-gestão da doença e empoderamento do doente ou na eficiência da prestação de cuidados. Isto faz com que, nomeadamente os hospitais, dependam de sistemas de informação, Big data, inteligência artificial, IoT (internet of things), entre outros, cuja utilização e eficácia vai depender de processos de mudança profundos a nível organizacional e individual. Esta nova revolução requer conhecimentos de modelos e estratégias de melhoria e gestão de qualidade, outrora pensados e utilizados no sector industrial (tais como Six sigma e Lean). Existem vários modelos e exemplos que podem e devem transitar para a saúde devido à sua aplicabilidade.
Aceitei integrar o corpo docente da Pós-Graduação Saúde 4.0, com um corpo docente constituído por profissionais líderes na Saúde e na Indústria. Queremos chamar os profissionais ligados ao setor a descobrir novos conceitos, ferramentas e metodologias para desenhar novas soluções. Esta é apenas a primeira e uma de muitas iniciativas destinadas a preparar os futuros líderes na saúde.
Falta ambição e visão empresarial. Os profissionais do setor devem procurar assumir um papel conector e impulsionador, conhecer ferramentas de trabalho práticas e atuais, e avaliar, desenhar e implementar soluções inovadoras em saúde.
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