As mulheres que têm maior probabilidade de sofrer dor aguda severa depois de uma cirurgia são jovens com problemas de dor crónica e têm níveis elevados de ansiedade, segundo um estudo hoje divulgado pela Universidade do Minho.
A investigadora Patrícia Pinto avaliou mais de 200 doentes submetidas a remoção cirúrgica do útero e criou um modelo para identificar as mulheres em risco de desenvolver níveis mais elevados de dor aguda.
Com este modelo prático, a investigadora pretende criar estratégias personalizadas para ajudar a ultrapassar a dor pós-cirúrgica.
Os resultados vêm mostrar uma relação entre a ansiedade e a dor, vindo assim complementar outros estudos internacionais que apontam no mesmo sentido.
A investigação, que incluiu uma amostra de 203 mulheres avaliadas 24 horas antes e 48 horas depois da cirurgia, foi publicada recentemente na revista norte-americana “Pain”.
O estudo permitiu perceber que as mulheres com maior probabilidade de sofrer dor aguda severa após a cirurgia são jovens, têm problemas de dor crónica, níveis elevados de ansiedade e dificuldade de lidar com a dor.
“É possível evitar o sofrimento, que aumenta o risco de morbilidade e mortalidade, o tempo de internamento hospitalar e os custos inerentes aos cuidados clínicos”, indica Patrícia Pinto, da Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho.
Segundo a investigadora, quanto mais os doentes encaram a situação como catastrófica, mais pode ser a intensidade da dor após a cirurgia: “A catastrofização envolve a exacerbação do valor da ameaça da dor e generalização do seu impacto negativo, bem como sentimentos de desamparo e pessimismo em relação à capacidade para lidar com esse sofrimento”.
21 de agosto de 2012
@Lusa
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