A perda de um dente pode ser uma experiência preocupante e desconfortável, e em alguns casos traumática. No entanto, quero garantir-lhe que existem soluções modernas e altamente eficazes para substituir dentes perdidos e restaurar a função e a estética do seu sorriso: os implantes dentários! Quando se perde um dente, perde-se não só a coroa natural que está na boca (e que é o que lhe importa), mas também a raiz que a suportava e fixava ao maxilar. Um implante dentário é como uma raiz artificial, feita de um material resistente, que é inserida no osso maxilar, onde falta um dente natural e que serve como uma base forte para a fixação de um dente substituto, a coroa cerâmica.
Os implantes dentários são personalizados para se parecerem, se sentirem e funcionarem como os seus dentes naturais, permitindo que recupere a confiança ao sorrir, comer e falar sem preocupações. Além disso, oferecem benefícios significativos para a saúde oral a longo prazo já que ajudam a preservar a estrutura óssea e a prevenir o desalinhamento dos dentes adjacentes, promovendo assim a manutenção do equilíbrio e harmonia na sua boca.
Atualmente existem basicamente duas opções de materiais para a fabricação dos implantes dentários: os implantes metálicos (titânio e suas ligas) e os implantes de zircónia (cerâmicos). Ambas as opções têm as suas próprias vantagens e características únicas que devem ser consideradas ao tomar uma decisão informada sobre o seu tratamento.
Os implantes metálicos têm sido uma escolha tradicional para muitos pacientes, nas últimas seis décadas, devido à sua durabilidade comprovada e longa história de sucesso. Feitos de titânio, ou suas ligas, esses implantes oferecem uma base sólida e confiável para suportar um dente artificial. No entanto, é importante estar ciente de que como todos os metais implantados no corpo sofrem corrosão, em maior ou menor grau, alguns pacientes podem experimentar reações alérgicas ou de hipersensibilidade como consequência dos produtos dessa corrosão, embora isso seja relativamente raro.
Por outro lado, os modernos implantes de zircónia emergiram, no início do século XX, como uma alternativa promissora aos implantes metálicos. Feitos de um material cerâmico branco resistente e biocompatível, os implantes de zircónia oferecem uma estética superior e uma solução livre de metal para substituir dentes perdidos e, contrariamente aos implantes metálicos, estudos clínicos têm consistentemente destacado a notável ausência de peri-implantite nos implantes de zircónia.
A peri-implantite é uma complicação séria na implantologia dentária, caracterizada pela inflamação dos tecidos ao redor de um implante dentário com sangramento, perda óssea e, em casos graves, podendo levar à perda do implante.
A preocupação com a peri-implantite tem crescido nos últimos anos devido ao significativo aumento da sua prevalência e ao impacto negativo que pode ter na saúde bucal dos pacientes, bem como nos custos inerentes à sua mitigação. Estudos epidemiológicos indicam que a peri-implantite afeta uma proporção substancial de pacientes que receberam implantes dentários, com taxas de prevalência variando entre 9% e 47%, dependendo dos critérios diagnósticos e das populações estudadas.
A gestão da peri-implantite representa um desafio clínico, muitas vezes exigindo uma abordagem multidisciplinar que inclui terapia antibiótica, terapia mecânica, remoção de biofilme e tecido inflamado, e, em casos avançados, cirurgia regenerativa ou remoção do próprio implante, continuando, por isso, a prevenção a ser a melhor estratégia para minimizar o risco de peri-implantite!
Os implantes de zircónia emergiram como uma alternativa promissora aos implantes metálicos, porque além de serem uma solução livre de metal, feitos de um material cerâmico branco resistente e biocompatível e oferecerem uma estética superior, vários estudos clínicos têm consistentemente destacado a notável ausência de peri-implantite nestes implantes, o que significa que oferecem uma excelente saúde a longo prazo para os tecidos circundantes. Estes resultados foram recentemente salientados e reforçados por uma investigação publicada em Dezembro de 2023, com implantes de zircónia de um desenho específico, que acompanhou por períodos de entre 5 e 12 anos pacientes com várias condições de doença pré-existentes, incluindo fumadores, polimedicados, pacientes sujeitos a quimioterapia e com outras condições de saúde e que revelou como resultado zero casos de peri-implantite, o que é verdadeiramente extraordinário e revolucionário, uma vez que outros artigos publicados sensivelmente na mesma data, concluem que essa complicação comum, associada a implantes metálicos, está com forte tendência a aumentar.
A designação “implantes cerâmicos” torna compreensível que surjam preocupações sobre a possibilidade de fratura dos mesmos, especialmente considerando a história com implantes cerâmicos de alumina, utilizados até finais do século XX e que demonstraram pouca resistência. É fundamental compreender que, embora ambos sejam chamados de “implantes cerâmicos”, os materiais utilizados e as suas propriedades mecânicas são completamente diferentes. Os modernos implantes de zircónia passaram por rigorosos testes de qualidade e de validação clínica, sendo uma opção segura e altamente eficaz, pelo que o receio infundado de fratura, associado aos implantes cerâmicos mais antigos (alumina), não se aplica.
Em suma, ao contrário dos implantes metálicos, os implantes de zircónia oferecem uma resistência à corrosão incomparável, eliminando o risco de reações alérgicas e de hipersensibilidade frequentemente associadas aos materiais metálicos. Esta característica torna os implantes de zircónia incrivelmente biocompatíveis, oferecendo-lhe a confiança de receber uma solução completa e holística para restaurar a função e a beleza do seu sorriso de forma segura e duradoura para a sua saúde oral e geral. Além disto, a evidência da ausência de peri-implantites proporciona a pacientes e clínicos tranquilidade e confiança no seu tratamento implantológico.
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