Cinco mutualidades portuguesas criaram hoje formalmente, no Porto, uma Rede de Saúde que visa em poucos meses assegurar cuidados de saúde a cerca de 10 por cento da população portuguesa.

Na cerimónia de assinatura da escritura de constituição da Associação Portuguesa de Mutualidade – Rede Mut, Carlos Salgueiral, presidente de A Benéfica e Previdente – Associação Mutualista, explicou que a iniciativa tem por objetivo responder às necessidades de saúde dos membros da comunidade mutualista portuguesa e assegurar a prestação de cuidados de saúde a partir da articulação, em rede, das unidades e serviços prestados pelas cinco entidades fundadoras da APM – Rede Mut.

Nesta fase serão assegurados cuidados de saúde, em praticamente todas as especialidades médicas e cirúrgicas, a 650 mil associados e familiares, mas os fundadores da nova associação do setor pretendem atingir “um milhão de associados, no início do próximo ano”.

De acordo com Carlos Salgueiral, os preços são, no caso das consultas de Clínica Geral, idênticos aos praticados no Serviço Nacional de Saúde e nas especialidades são “bastante inferiores aos praticados pelos privados”. A consulta mais cara custa 39 euros.

As cinco mutualidades portuguesas que fundaram a Rede-Mut são A Benéfica e Previdente - Associação Mutualista; Mutualidade da Moita; Associação Mutualista dos Empregados do Estado; Associação Mutualista ‘A Lacobrigense’; e Associação de Socorros Mútuos de Ponta Delgada, mas “o protocolo já foi subscrito por um total de 13 associações, estando aberta a subscrição por outras associações mutualistas”.

Para Carlos Salgueiral, a criação desta rede assinala um momento de “incontornável importância no fortalecimento das mutualidades, na resposta às necessidades de saúde dos mutualistas portuguesas e dos seus familiares e na dinamização dos processos de cooperação, parceria e entendimento entre mutualidades”.

“A criação desta rede de saúde confirma a importância das estruturas da economia social na resposta às dificuldades estruturais e conjunturais que o País atravessa, mas também a capacidade destas organizações unirem esforços, desenvolverem sinergias e garantirem soluções cada vez mais completas às necessidades e expectativas dos seus membros e da sociedade civil no seu todo”, acrescentou.

Pedro da Silva, da Associação de Socorros Mútuos de Ponta Delgada, salientou que a rede tem já montada “centros de excelência nalgumas especialidades” e “está a preparar-se para avançar para a telemedicina, de forma que um doente de uma associação possa ser consultado ou aconselhado por um especialista de um centro de outra região”.

25 de outubro de 2012

@Lusa