Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas à margem da cerimónia que assinalou os 60 anos do Instituto Português do Sangue e da Transplantação.

O ministro respondia às questões colocadas a propósito da notícia de hoje do Jornal de Notícias que diz que o ministro das Finanças bloqueou as verbas para os hospitais pagarem as dívidas aos seus fornecedores.

Segundo o ministro, está-se neste momento no processo de “categorizar os fornecedores” e “dentro de dias será feita a liquidação de faturas”.

O ministro realçou ainda que, no final do primeiro trimestre, vai ser atingido “o valor mais baixo de sempre de pagamentos em atraso no Serviço Nacional de Saúde”.

Campos Fernandes considerou que há atualmente “uma tentativa de fazer da saúde um alvo fácil”, considerando que o setor “está sob uma atenção especial de alguma oposição”. Para o ministro, “trabalhar em cima do ruído é difícil”, defendendo por isso que se trabalhe “com a verdade”.

O governante considera que a oposição tem dado a ideia, por exemplo, de que as listas de espera no Serviço Nacional de Saúde (SNS) têm piorado, garantindo que na próxima semana mostrará indicadores que demonstram “maior acesso”, com mais doentes assistidos e operados.

Salários em atraso

De acordo com o referido jornal, há situações de salário em atraso, dívidas à banca e fornecedores à espera do pagamento de faturas — algumas relativas ainda a 2016 - porque os fornecedores do Serviço Nacional de Saúde continuam com os pagamentos em atraso.

"Os conselhos de administração dos hospitais estão inibidos de usar a verba. E ninguém sabe porquê nem por quanto tempo", confirma Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.