Segundo o governante, o sistema de vigilância epidemiológica angolano não acusou nenhum caso de legionella, conforme anunciaram na terça-feira as autoridades portuguesas, na sequência do surto em Vila Franca de Xira, referindo-se a um doente internado em Luanda.

"Sendo a ‘legionella' uma doença que afeta a capacidade respiratória não é esperado que uma pessoa com legionella fique na sua casa e, portanto, deveria procurar uma unidade sanitária", referiu o ministro, para sustentar a ausência de qualquer notificação.

O ministro da Saúde de Angola apelou ainda à colaboração das pessoas na informação sobre algum caso suspeito.

Contactada na terça-feira pela Lusa em Luanda, a Diretora Nacional de Saúde Pública de Angola, Adelaide de Carvalho, afirmou desconhecer qualquer caso de infeção por legionella no país, acrescentando que a sua notificação, pelas unidades de saúde, "em princípio" é obrigatória.

"Não tenho, neste momento, qualquer informação sobre isso", disse.

Cinco mortos em Portugal

A legionella, que provoca pneumonias graves e pode ser mortal, foi detetada na sexta-feira, dia 07, no concelho de Vila Franca de Xira, tendo provocado até terça-feira 278 casos de infeção e cinco mortes.

O ministro do Ambiente português anunciou uma ação inspetiva extraordinária à empresa Adubos de Portugal, em Vila Franca de Xira, que teve lugar na terça-feira, para averiguar um eventual crime ambiental "por libertação de microrganismos para o meio ambiente".

A Direção Geral de Saúde de Portugal esclareceu que as investigações para determinar a fonte de contaminação decorrem "em estreita colaboração entre os ministérios da Saúde e do Ambiente".

A Doença do Legionário transmite-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.