Segundo a acusação, a que a agência Lusa teve acesso, o homem, de 36 anos, casado e de nacionalidade cubana, cometeu os crimes em 2016 no serviço de urgências da maior unidade de saúde dos Açores.

O Ministério Público alega que "o arguido tirou partido da circunstância de ser médico e de se encontrar no exercício das suas funções em estabelecimento hospitalar" e "agiu com o propósito concretizado de satisfazer os seus instintos libidinosos, bem sabendo que as ofendidas eram suas pacientes" no hospital "e que ali tinham ido para serem observadas" no serviço de urgência.

A acusação sustenta que "o arguido quis e conseguiu através dos atos médicos colocar as ofendidas na impossibilidade de reagirem, obrigando-as a manterem comportamento de natureza sexual".

Considera ainda o Ministério Público que o médico "sabia que aquelas não desejavam” a realização daqueles atos, mas "não se coibiu de levar por diante a satisfação dos seus intentos".

O arguido está proibido de se ausentar da ilha de São Miguel e suspenso do exercício da profissão de médico. O julgamento está previsto começar a partir das 09:30 locais (mais uma hora em Lisboa) e deverá ocorrer à porta fechada.