"Há seis anos que a Madeira não regista doenças transmitidas por vetores, a situação tem estado controlada, o nosso sistema de vigilância tem funcionado", referiu Pedro Ramos, no Funchal, à margem da sessão de abertura do ‘workshop’ "Preparação e Resposta a Doenças Transmitidas por Mosquitos".

Esta reunião de trabalho conta com a participação de representantes e técnicos do European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC), da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto de Administração da Saúde (IASAÚDE) da região.

"Há sete anos a Madeira teve uma situação relacionada com a dengue. Felizmente não tivemos mortalidade associada, mas tivemos várias centenas de casos e alguns desses casos foram importados e exportados por algumas pessoas que, na altura, visitavam a região", recordou o responsável pela Saúde no arquipélago.

Para Pedro Ramos, a reunião "trará mais conhecimento para a Região Autónoma da Madeira no que diz respeito à identificação, sinalização, acompanhamento, vigilância e tratamento das doenças provocadas por vetores, ou seja, mosquitos".

Paula Vasconcelos, da DGS, realçou que a vigilância é "constante, quer na região autónoma, quer em Portugal continental”.

O modelo europeu de vigilância das doenças transmitidas por vetores está, segundo a representante, “mais do que bem implementado, principalmente na Madeira”.

"Em termos de prevenção e controlo de doenças, não há nenhuma doença neste momento que motive a intervenção, quer em Portugal, quer em outras referências próximas", acrescentou Paula Vasconcelos.

O plano integrado de prevenção e controlo do mosquito é coordenado pelo Governo Regional da Madeira, através do IASAÚDE, sendo esta entidade que assegura, através dos seus organismos, a vigilância do vetor, a vigilância epidemiológica, a educação para a saúde e o diagnóstico e gestão clínica das doenças transmissíveis.

Este plano de contingência para as doenças transmitidas por vetores - que vigora desde 2013 para a dengue, foi atualizado em 2014 para a chikungunya e está em atualização para zika - envolve vários setores de atividade: saúde, ambiente, educação e o setor empresarial hoteleiro.

Prevê medidas de vigilância entomológica, vigilância epidemiológica e comunicação e educação para a saúde, sendo as autarquias parceiras neste combate.

A vigilância entomológica e epidemiológica é mantida através de uma rede de armadilhas de observação de oviposição e de outras para captura de adultos com observação durante todo o ano.

Apesar do conhecimento da presença do mosquito Aedes aegytpi na Madeira desde 2005, os primeiros casos de febre da dengue foram registados laboratorialmente em 03 de outubro de 2012, quando foram diagnosticadas duas pessoas infetadas.

Na região foram notificados mais de 2.000 casos desde o início do surto, mas não aconteceu qualquer óbito.

De acordo com os dados da Secretaria da Saúde da Madeira, depois do surto registado em 2012, "desde fevereiro de 2014 que não há casos importados de dengue na região e desde fevereiro de 2013 que não há casos de dengue com origem na região autónoma".