O Avigan tem como componente ativo o favipiravir, usado experimentalmente pelas autoridades de saúde japonesas para tratar a gripe e que está a ser testado para tratar os sintomas de doenças respiratórias causadas pelo coronavírus.

Segundo o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, cerca de 30 países já manifestaram a vontade de testar o medicamento no tratamento de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus.

Entre esses países destacam-se os Estados Unidos, que têm mostrado recetividade para encontrar um fármaco que combata eficazmente os sintomas da infeção.

O favipiravir, conhecido no Japão sob o nome comercial Avigan, obteve em 2014 a aprovação do governo para produção e venda como medicamento contra a gripe, mas nunca foi comercializado.

No entanto, o medicamento foi usado experimentalmente nos casos em que outros antivirais não funcionaram contra certos tipos de gripe, e revelou-se eficaz contra a covid-19, de acordo com um estudo da Universidade de Wuhan, cidade chinesa onde começou o surto infecioso.

A produção do Avigan será financiada por um pacote de estímulo financeiro criado pelo governo japonês, cuja aprovação no Parlamento deverá acontecer no início da semana.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com cerca de mais de 627 mil infetados e mais de 46 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, 15.362 óbitos em 124.632 casos confirmados até hoje.

Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, o último balanço da Direção-Geral da Saúde indicava 10.524 infeções confirmadas. Desse universo de doentes, 266 morreram, 1.075 estão internados em hospitais, 75 recuperaram e os restantes convalescem em casa ou noutras instituições.

A 17 de março, o Governo declarou o estado de calamidade pública no concelho de Ovar, que a partir do dia seguinte ficou sujeito a cerco sanitário com controlo de fronteiras e suspensão de toda a atividade empresarial não afeta a bens de primeira necessidade. A medida foi, entretanto, prolongada até 17 de abril, permitindo agora a laboração de fabricantes de equipamentos de segurança e serviço “take-away” em restaurantes.

O país está desde as 00:00 de 19 de março em estado de emergência, o que vigora até às 23:59 do dia 17 de abril. A medida proíbe toda a população de circular fora do seu concelho de residência entre 9 e 13 de abril, para desincentivar viagens no período da Páscoa.