Domenico Arcuri, comissário especial designado pelo governo italiano para a luta contra a COVID-19, assinou na quinta-feira o decreto que autoriza o uso da aplicação, batizado de "Immuni" e criado pela empresa Bending Spoons de Milão, informa o site oficial do Executivo.

A aplicação, criada com o apoio de um centro de especialistas médicos, respeita as normas estabelecidas pela União Europeia em termos de privacidade de dados pessoais, afirma o site. Está baseado em tecnologia de bluetooth e não de geolocalização. As pessoas podem escolher voluntariamente se desejam fazer o download da mesma. Também podem controlar os dados pessoais que disponibilizam.

Com o objetivo de travar o contágio do vírus, as pessoas com resultado positivo para COVID-19 poderão enviar os seus dados a um servidor, que retrocede no tempo para estabelecer todos os contactos que a pessoa teve através do bluetooth e, assim, rastrear a circulação do vírus.

A empresa Bending Spoons cedeu ao governo de forma gratuita todos os direitos para o uso da aplicação, assim como as suas atualizações, de acordo com o site.

A pandemia, que já matou mais de 22.000 pessoas na Itália, infetou quase 170.000, o que obrigou as autoridades a determinar, há mais de um mês, o confinamento total de 60 milhões de italianos.

A Itália também vai adotar gradualmente testes serológicas para detetar as pessoas que desenvolveram alguma forma de imunidade contra o novo coronavírus graças à presença de anticorpos.

Attilio Fontana, presidente da região da Lombardia, a mais afetada com quase 12.000 mortes, anunciou o início em 21 de abril de testes sorológicos em várias cidades.

Os sistemas devem servir para diminuir a taxa de transmissão e contribuir para que o país saia do confinamento com segurança, explicaram fontes do governo.