“Queremos continuar a dar aos nossos doentes as drogas mais inovadoras e recentes. Infelizmente a maior parte são orais e o contrato-programa com o Ministério da Saúde não contempla esta versão”, afirmou Laranja Pontes, na cerimónia que hoje marcou o 42.º aniversário do IPO/Porto, que contou com a presença do secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado.
No final da cerimónia, questionado pelos jornalistas, o governante afirmou que o Ministério da Saúde vai analisar a questão em causa.
“Vamos ver o que é que a Administração do IPO do Porto pretende”, disse Manuel Delgado, acrescentando que “todos os hospitais a nível nacional dão medicamentos para consumo domiciliário dos utentes das respetivas farmácias e, em termos de valor, muitas vezes esse aproxima-se dos 75%, 80% dos gastos com medicamentos, e provavelmente o IPO vai ter de assumir também essa responsabilidade”.
Laranja Pontes, lembrando que a questão não é nova, inclusive fez com que o IPO/Porto tivesse de devolver 60 milhões de euros, depois de ter sido chamado à atenção pelo Tribunal de Contas, defendeu uma linha de financiamento específica para estes medicamentos orais.
“É injusto para o cancro”, disse, “porque para a doença de crohn, para o VIH Sida, para doenças do metabolismo e outras, há linhas de financiamento e a oncologia não tem”.
Segundo o responsável, o IPO/Porto dispõe de menos 8% do orçamento, porque tem essa verba alocada aos comprimidos.
“Dou [esses comprimidos] indiscutivelmente aos doentes”, garantiu, salientando que a verba em causa representa “quase 25% da conta da farmácia” do hospital.
No seu discurso, Laranja Pontes apresentou o plano estratégico para 2016-2018, que irá continuar a apostar na “capacitação do doente e na melhoria da qualidade dos cuidados de saúde”.
Laranja Pontes disse também que o IPO/Porto pretende integrar uma estrutura que começa a desenhar-se na Europa – Cancer Core Europe -, sendo por isso importante associar-se ao i3S, o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, que integra várias unidades de investigação da Universidade do Porto.
“Mudar do contacto passivo para o contacto ativo, fazendo perguntas aos doentes”, sem que seja preciso “criar consultas fictícias”, é outro dos objetivos traçados pelo administrador.
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