Depois de ter testado um programa em pessoas idosas com diagnóstico de doença de Alzheimer (fase inicial), a equipa de investigadores, coordenada por Mário R. Simões e Jorge Almeida, pretende agora aplicar um programa idêntico em idosos saudáveis.
O projeto Memória + tem “o objetivo de verificar a sua eficácia na prevenção do declínio da memória, típico do envelhecimento normal”, afirma a UC, numa nota hoje divulgada.
Em projetos anteriores, os investigadores do Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) daquela faculdade “desenvolveram de raiz um programa de treino cognitivo e aplicaram-no em pessoas idosas com diagnóstico de doença de Alzheimer” ainda numa fase inicial.
Então, o programa, constituído por “exercícios de treino das capacidades mnésicas baseados em técnicas já testadas quanto à sua eficácia (aprendizagem sem erros, recuperação espaçada, eliminação de pistas, etc.)”, evidenciou ser “bastante eficaz”, refere a UC.
O programa de estimulação de memória desenvolvido no âmbito da pesquisa consiste “num conjunto de tarefas com diferentes níveis de dificuldade, entre as quais associação de faces e nomes, aprendizagem e evocação de listas de palavras” ou “visualização de cenários visuais complexos”, como listas de compras ou paisagens, exemplificam Ana Rita Martins e Lénia Amaral, investigadoras envolvidas no projeto.
O plano, que inclui ainda “a estimulação neuronal (estimulação direta do cérebro)”, fornece estratégias que “possam melhorar a capacidade mnésica dos idosos, ou seja, apresenta uma abordagem eficaz para prevenir o declínio da memória, uma das principais capacidades cognitivas que diminui com o envelhecimento”, adiantam as investigadoras do CINEICC.
“O objetivo é treinar a capacidade de memória de forma a melhorar o desempenho diário dos participantes e prevenir o declínio, promovendo um envelhecimento saudável”, sintetizam.
Para desenvolverem o projeto, que é financiado pelas fundações Bial e para a Ciência e Tecnologia (FCT), os investigadores solicitam a colaboração de “pessoas com 60 ou mais anos, independentes, para participarem no programa composto por 15 sessões presenciais”, que vão decorrer na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UC, junto da qual, através da internet ou por telefone, os voluntários se podem inscrever.
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