Representantes de cerca de 50 associações de dadores de sangue vão hoje ao Instituto Português do Sangue (IPS) reclamar a criação de um único organismo federativo e a moralização do setor.
Em declarações à Lusa, o presidente da Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro, que organizou a primeira convenção nacional de dadores, afirmou que a moção que vão levar ao IPS representa a vontade de "30 a 40 mil dadores".
O prinicipal ponto da moção é a criação de um novo e único organismo federativo das associações de dadores ou a fusão das duas que existem atualmente.
"Todos os anos vão 120 mil euros para duas federações que ninguém sabe o que fazem com o dinheiro, não se sabe o que representam ou quais os seus interesses", criticou Joaquim Carlos, referindo-se à Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (Fepodabes) e à Federação das Associações de Dadores de Sangues.
Joaquim Carlos responsabilizou a FAS pela "destruição do trabalho de anos" das associações ao ter denunciado que metade do plasma humano recolhido em Portugal estava a ser destruído por não haver uma unidade de processamento, uma informação que o IPS veio a desmentir mais tarde.
A moção defende que a futura federação funcione no mesmo edifício do IPS e com um orçamento "estritamente de acordo com as suas necessidades".
Os proponentes da moção não têm "nenhum trunfo na manga" nem pretendem assumir-se como candidatos a dirigentes de uma nova federação, garantiu Joaquim Carlos, reiterando que a solução que defendem é um novo organismo ou a fusão dos dois existentes: "que se entendam e se juntem".
Joaquim carlos apelou também a que se clarifiquem os critérios de atribuição de subsídios às associações, quer diretamente quer através das federações, indicando que há muito dadores "a passar fome que não têm apoio nenhum".
A moção, que foi aprovada na convenção de associações de dadores que se realizou em Aveiro no dia 23 de julho vai ser entregue por Joaquim Carlos e pelo presidente da associação de dadores de Viana do Castelo no IPS.
04 de agosto de 2011
Fonte: Lusa
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