
O Dupilumab (Dupixent), da Regeneron Pharmaceuticals, foi aprovado nos Estados Unidos em 2017 pela FDA, a agência que regula o setor dos alimentos e medicamentos.
Agora, o remédio anti-inflamatório foi submetido a um teste com mais de dois mil pacientes que sofrem de asma de moderada a severa. Segundo o estudo, injeções de 200 a 300 miligramas ministradas a cada duas semanas durante um ano conseguiram reduzir para metade os potencialmente letais ataques de asma, em comparação com um grupo que ingeriu um placebo.
O fármaco também melhorou a função pulmonar dos pacientes, segundo as descobertas divulgadas na Conferência Anual da Sociedade Torácica Americana, em San Diego, e publicadas na edição online do The New England Journal of Medicine.
No caso de pacientes com um alto número de um tipo específico de leucócitos, denominados eosinófilos, os ataques de asma diminuíram em dois terços. "O medicamento não só reduziu os sintomas severos da asma, como melhorou a sua capacidade respiratória", explicou o coautor do estudo, Mario Castro, médico e professor da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em Saint Louis.
"É importante porque esses pacientes têm uma doença crónica incapacitante, que piora com o passar do tempo com a deterioração da função pulmonar. Até agora, não temos um medicamento para a asma que altere o curso da doença", acrescentou.
Os efeitos secundários do tratamento incluem dor e inchaço no local da aplicação.
Cinco pacientes que receberam o dupilumab e três que tomaram um placebo morreram durante o estudo, mas os cientistas afirmam que estes pacientes tinham outras condições médicas graves e que o remédio não é a causa das mortes.
Os resultados do estudo indicam que o dupilumab terá o seu uso aprovado para o tratamento da asma severa, segundo um editorial que acompanhou o artigo no New England Journal of Medicine.
Isso significa que pelo menos outros três remédios biológicos - remédios com algum tipo de origem natural, seja humana, de animais ou micro-organismos e fabricados por biotecnologia - também podem se podem candidatar ao tratamento da asma.
Eles incluem o mepolizumab, o reslizumab e benralizumab - todos tratamentos anti-inflamatórios aprovados por reguladores americanos nos últimos anos.
"Esta nova classe de tratamento é um avanço claro no tratamento da asma", escreveram os editores do periódico, Jeffrey Drazen e Michael Harrington. Mas alertam que nenhum oferece uma cura real para a asma, apenas uma diminuição dos sintomas.
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