“A inspeção feita pelos técnicos do Infarmed tem sido muito grande a nível hospitalar”, reconheceu o presidente da Autoridade, destacando que o objetivo das fiscalizações não é penalizar as unidades de saúde mas “ajudar os hospitais” a melhorar procedimentos. Ao todo, foram realizadas no ano passado 48 inspeções a serviços farmacêuticos hospitalares, abrangendo 31 hospitais, dos quais 24 do setor público e sete do privado.

No seguimento desta ação inspetiva, foi recomendada a suspensão de atividade em sete casos de farmácias hospitalares por risco elevado para os doentes. Algumas destas farmácias já reabriram entretanto.

Henrique Luz Rodrigues, presidente do Infarmed, explicou à agência Lusa que “as situações mais graves são aquelas em que há o fecho de condições e de locais para a preparação dos citostáticos [medicamentos contra o cancro]”. “Estas são as situações relevantes. O fecho leva a que não seja possível muitas vezes preparar ou administrar os medicamentos naqueles hospitais”, admite o responsável, adiantando contudo que tem havido uma extrema colaboração das unidades de saúde e que o Infarmed se esforçou por ajudar os hospitais a que prossigam com os tratamentos junto dos doentes.

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Apesar do destaque dado às farmácias hospitalares, o maior número de inspeções foi a farmácias de bairro (498), seguindo-se os locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica (244).

Henrique Luz Rodrigues destaca que não tem havido problemas significativos detetados nas farmácias: “Nas farmácias de oficina as inconformidades não têm sido muito relevantes”.

No balanço inspetivo do Infarmed, seguem-se as fiscalizações aos distribuidores por grosso (195), aos fabricantes de medicamentos (48), aos titulares de introdução no mercado (38).

Além da área do medicamento, o Infarmed realizou ainda 81 inspeções ao circuito dos dispositivos médicos e 71 ao dos produtos cosméticos.