O I Encontro de Português de Endometriose reuniu, este sábado, vários especialistas em saúde feminina, para desmistificar a doença que afeta “cerca de 10 por cento das mulheres em todo o mundo”, segundo a ginecologista/obstreta Filipa Osório, que apresentou, no encontro, o tema “o efeito da pílula na endometriose e recidiva após cirurgia”. O evento, organizado pelo Mulherendo, Grupo de Apoio a Mulheres com Endometriose, teve lugar no Hotel Mestre Afonso Henriques, na Batalha.

Além de profissionais ligados às áreas de obstetrícia e de ginecologia, o primeiro encontro português, sobre o impacto da endometriose na vida das mulheres, também apresentou a perspetiva da medicina chinesa e o testemunho de quem sofre de endometriose, doença cujo impacto “pode ser fortíssimo” a nível sexual e psicologico, revela Filipa Osório ao SAPO Saúde, pois “a dor é uma constante na vida destas mulheres, afetando não só pela dor que provoca mas também pelo medo da dor.”

Segundo Filipa Osório, a “endometriose é uma doença definida pela presença de glândulas endometriais fora da cavidade uterina, ou seja, estas glândulas vão se desenvolver e "menstruar" fora da cavidade uterina, manifestando-se de múltiplas maneiras dependendo dos órgãos e tecidos envolvidos. As manifestações mais frequentes são de dismenorreia (dor na menstruação), dispareunia (dor nas relações), disquézia (dor ao evacuar na altura da menstruação) e por vezes de disúria catamenial (dor na micção na altura da menstruação). Outra manifestação é a infertilidade -  cerca de 35 a 45 por cento das mulheres com infertilidade têm endometriose.”

O I Encontro de Endometriose Português debateu, no dia 26 de maio, temas como os “Aspectos gerais da endometrioses: Da clínica ao tratamento cirúrgico”, “Tratamento da endometrioses profunda severa”, “O efeito da pílula na endometrioses e recidiva após cirurgia”, "Médica e doente: a barreira invisível", entre outros que servem a clarificação da doença que “ainda é desconhecida para muitos”, afirma a ginecologista/obstreta Filipa Osório.

28 de maio de 2012

@SAPO