O responsável, que esteve hoje na Póvoa de Varzim a apresentar os contornos da iniciativa ‘Ligue antes, salve vidas’, que pretende dar maior preponderância aos Centros de Saúde no tratamento de casos agudos, mas não emergentes, garantiu que no caso do maior hospital da região Norte “já está a ser trabalhada uma estratégia”.
“Também será incluído a seu tempo. Estamos a constituir uma unidade local saúde entre o hospital S. João e os ACES do Porto Oriental e Maia/Valongo. É importante que nos cuidados de saúde primários as respostas sejam muito bem articuladas. No [hospital] de S. João estamos a trabalhar nessa estratégia, que deve ser concluída nas próximas semanas”, disse Fernando Araújo.
O responsável comentou os números recorde de afluência registados no serviço de urgência desta unidade, na segunda-feira, com 1.028 utentes a recorrer nesse dia à valência, revelando que os motivos para tal procura “ainda não estão totalmente identificados”, mas lembrando que é uma tendência nacional.
“Os responsáveis [do hospital S. João] sentiram essa pressão enorme da procura de cuidados de saúde, mas é algo que tem acontecido a nível nacional. Temos de encontrar medidas para tentar inverter este ciclo, que tem aumentado ano após ano”, afirmou.
Fernando Araújo reconheceu que os números da procura pelos serviços de urgência nos hospitais “estão a ultrapassar os níveis da pré-pandemia”, apontando que é preciso “medidas rápidas, mas consequentes e robustas, para mudar essa realidade”.
“Com este projeto [‘Ligue antes, salve vidas’], marcamos logo a data e a hora da consulta, ao contrário do que acontecia antes, em que a pessoa era aconselhada a ir ao Centro de Saúde, mas tinha de marcar a consulta. Agora é a linha SNS24 a indicar a data e o local certo. Isso dá mais confiança às pessoas”, analisou o diretor executivo do SNS.
O projeto arrancou hoje, de forma piloto, nos concelhos da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, no distrito do Porto, onde serão avaliados durante quatro semanas, mas Fernando Araújo vincou que pretende aplicá-lo, gradualmente, a todo o país.
“As medidas para terem sucesso de resposta e resultado precisam de robustez. Iremos avançar inicialmente nos locais que dão mais garantias. Mas de forma célere e iremos para as outras regiões. Nos locais com menos cobertura de médico de família seguiremos com soluções diferentes para esse fim”, concluiu o responsável pela direção do SNS.
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