"O investimento no nosso centro hospitalar tem sido relativamente pequeno nos últimos anos, sobretudo a avaliar pela dimensão da nossa área de influência, que é de 350.000 utentes", admitiu Miguel Paiva, presidente do conselho de administração do CHEDV. "Mas em 2016 já demos um passo significativo no sentido de alterar isso e agora 2017 vai ser o nosso ano de maior investimento", declarou.

Em 2015 foram aplicados 890.000 euros na melhoria dos serviços prestados pelo CHEDV, em 2016 esse valor subiu para 1,3 milhões - "o que representa um aumento de 47%", realçou o administrador - e para o ano corrente estão anunciados "quase quatro milhões de euros, a distribuir por alguns projetos já em concretização e outros ainda por arrancar, mas já aprovados".

A primeira dessas intervenções já foi anunciada em meados de 2016 e deveria ter começando até 31 de dezembro, mas "está agora em fase final de adjudicação", para arrancar no início do segundo trimestre: é a requalificação da Urgência Médico-Cirúrgica do Hospital S. Sebastião, na Feira, e vai custar 2,2 milhões de euros, comparticipados em 80% por fundos comunitários.

Investimento também em aplicações para telemóvel

A segunda obra prevista para 2017 é a criação de novos canais de atendimento ao utente, o que irá abranger aplicações para telemóvel e também a instalação de um ‘call-center’ no hospital, para se reunir numa mesma estrutura toda a informação clínica dos doentes e se dispensar assim o reencaminhamento de chamadas por diferentes serviços.

O projeto irá custar 700.000 euros, 90% dos quais com financiamento, e está atualmente em fase de diagnóstico pela empresa de ‘software’ que irá desenvolver os respetivos mecanismos. Prazo para arranque das novas funcionalidades: setembro.

Para o Hospital da Feira está ainda previsto o alargamento da zona dedicada à consulta externa, com recurso à criação de seis novos gabinetes médicos. A despesa com esses espaços será de 150.000 euros e irá garantir que cada sala possa ser utilizada por diferentes especialidades, em diferentes horários.

Miguel Paiva refere depois as obras previstas para o Hospital de S. João da Madeira, começando pela requalificação do Serviço de Urgência Básica aí reativado a 1 de janeiro. Os trabalhos arrancam "no final deste mês" e estão orçamentados em 230.000 euros, devendo ficar concluídos em abril.

"Vamos criar uma nova sala de observação e tratamentos, criar zonas de maior conforto para os utentes e os familiares que os acompanham, e reformular a zona de entrada na Urgência, que não está muito agradável no seu formato atual", explica o administrador do CHEDV.

Para o mesmo hospital está ainda prevista a requalificação do edifício da administração, que ocupa um antigo palacete instalado junto ao prédio principal. Esse arranjo de 140.000 euros visa dotar o imóvel de salas que possam ser "disponibilizadas à comunidade para projetos partilhados entre o CHEDV e associações de doentes, entidades voluntárias, etc., sobretudo numa perspetiva formativa, como a relacionada com a formação de cuidadores".

Outro gasto previsto é o de 425.000 euros para substituição do equipamento de radiologia do Hospital da Feira, cujo "angiógrafo estava em fim de vida, avariou e não teve recuperação possível".

Aquisições também antecipadas, mas "ainda pendentes de autorização": a de 150.000 euros em equipamento de radiologia para o Hospital de Oliveira de Azeméis, onde "o raio-X precisa ser renovado"; e um milhão de euros em equipamento de ressonância magnética para o Hospital da Feira, "que, como não tem essa máquina, vem há anos comprando o serviço a uma empresa privada".