“A adesão à greve no turno da noite, veio de encontro às nossas expectativas. Em Faro a adesão foi de 68%, em Portimão 84%, em Lagos 50%, no Fundão 100%, Cova da Beira (Covilhã) 92%, Castelo Branco 94% e Hospital de Braga 55%”, adiantou à agência Lusa Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

“Com este números de adesão à greve, naturalmente vão de encontro às nossas expectativas e mais uma vez vem demonstrar o descontentamento dos enfermeiros e que se aprofundou devido ao comportamento do Ministério da Saúde à mesa negocial que depois de ter assinado um protocolo de acordo retirou a proposta recusando-se a negociar”, disse.

Guadalupe Simões sublinhou que os enfermeiros perante esta situação “estão ainda mais revoltados”. A greve mantém "boa adesão" esta manhã.

Os enfermeiros dos distritos do Algarve, Castelo Branco, Minho e Santarém cumprem esta quinta-feira (28.07) o primeiro de dois dias de greve convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portuguesa (SEP), no mesmo dia em que mais trabalhadores da saúde também estão em protesto.

Leia também: As frases mais ridículas ouvidas pelos médicos

Inicialmente nacional, o primeiro dia desta greve foi transformada em greve territorial de enfermeiros, tendo em conta o facto do Ministério da Saúde ter recuado na intenção de “eliminar a autonomia que os enfermeiros conquistaram nas últimas décadas”, através da legislação dobre os atos profissionais, segundo o dirigente do SEP, José Carlos Martins.

“Decorrente do aviso da greve e concentração, o Ministério da Saúde remeteu a proposta de lei para negociação com o SEP e teve uma evolução muito grande, repondo o essencial da autonomia”, adiantou.

José Carlos Martins exemplificou com a intenção inicial da tutela de propor a revogação de que os enfermeiros façam diagnósticos de enfermagem e prescrevam intervenções de enfermagem, a qual não avançou.

Perante esta atitude do Ministério da Saúde, e uma vez que a regulamentação dos atos profissionais era um dos motivos da greve, o SEP “repensou o seu processo de luta” e o primeiro dia de greve, inicialmente nacional, passa a ser uma greve em cinco distritos: Viana do Castelo, Braga, Castelo Branco, Santarém e Faro.

A greve nacional marcada para sexta-feira mantém-se, uma vez que prosseguem os seus motivos, como “a aplicação das 35 horas aos enfermeiros com Contratos Individuais de Trabalho, a reposição do valor integral das horas de qualidade extraordinárias, a admissão de enfermeiros e o pagamento das horas extraordinárias”.

José Carlos Martins lamentou que, desde o aviso da greve, e “a propósito das pressões e das sanções europeias, os ministérios da Saúde e das Finanças tenham retirado das negociações a aplicação das 35 horas aos CIT”.