Numa resposta à agência Lusa, a administração do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) indica que a “transferência entre hospitais do SNS de utentes grávidas é uma situação que ocorre sempre que clinicamente necessário e seguindo as normas de garantia da segurança das utentes”.
No caso do bebé que acabou por morrer, a grávida, com 32 semanas de gestação, foi transferida do Hospital de Faro, por razões que nem o Amadora-Sintra nem o Ministério da Saúde ainda explicitaram.
O Correio da Manhã noticiou hoje a morte do bebé, referindo que a grávida foi transferida do hospital de Faro por insuficiência de meios face à sua condição clínica.
Fontes ligadas ao caso confirmaram ainda à agência Lusa que a grávida apresentava um quadro de pré-eclâmpsia, que se traduz em hipertensão na gravidez, e de descolamento da placenta.
A administração do Fernando Fonseca refere que a grávida foi recebida no hospital no dia 02 de agosto, tendo sido “prontamente assistida e submetida a todos os cuidados de saúde considerados necessários, segundo as boas práticas clínicas”.
O hospital assegura que os procedimentos foram já verificados por uma “averiguação sumária realizada”.
“A utente foi informada da complexidade da situação clínica pelos profissionais de saúde e envolvida nas decisões tomadas. Apesar de todos os esforços, a gravidade da situação clínica determinou o falecimento do recém-nascido, facto que lamentamos profundamente”, refere a resposta do Amadora-Sintra enviada à Lusa.
O Ministério da Saúde considera que “foram seguidos todos os procedimentos de cuidados de saúde adequados” no caso do bebé que morreu no Amadora-Sintra depois de a mãe ter sido transferida de Faro.
“O Ministério da Saúde tem estado a acompanhar a situação e teve conhecimento, junto dos hospitais, de que foram seguidos todos os procedimentos de cuidados de saúde adequados. O Ministério da Saúde lamenta profundamente o falecimento do bebé”, indicou o Ministério numa resposta à Lusa.
O Ministério não indica se será ou não aberto um inquérito ou investigação a esta situação. A agência Lusa enviou à Inspeção-geral das Atividades em Saúde uma questão sobre o assunto, mas ainda não obteve resposta.
A Ordem dos Médicos e os sindicatos médicos têm vindo a alertar para a insuficiência de meios nos serviços de obstetrícia do sul do país e ainda hoje o presidente da secção regional Sul da Ordem indicou que as grávidas andam a “saltar de hospital em hospital”, com as maternidades a funcionar a meio gás.
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