“O Governo está obviamente disponível para avaliar a comparticipação, mas tenho dificuldades em encarar uma solução que não foi aquela que a AR [Assembleia da República] decidiu”, disse Francisco Ramos, referindo-se à inclusão das três vacinas no PNV.
O governante falava na Comissão Parlamentar de Saúde, onde hoje a ministra da Saúde está a ser ouvida.
“A comparticipação é uma tentativa para resolver e o Governo está disponível para estudar e encarar, mas precisa da ajuda da AR, para ter uma alternativa com o mínimo de credibilidade e seriedade”, afirmou.
A este respeito, questionada pelos deputados, a ministra da Saúde garantiu que a norma do Orçamento do Estado que define a inclusão destas três vacinas do PNV “é para ser cumprida no horizonte temporal definido”.
“O que está em causa é como se vai concretizar. A norma é para ser cumprida”, afirmou a Governante.
A ministra sublinhou ainda que o “elevado sucesso” do PNV se deve sobretudo “às sólidas bases técnicas” em que está sustentado e disse que o que a Direção Geral da Saúde recomendou foi que fossem elaborados estudos de efetividade para perceber por qual dos quatro cenários apontados pela comissão técnica se deve optar.
A comissão técnica de vacinação, que presta apoio técnico à DGS, apresentou quatro cenários no que se refere à vacina do vírus do papiloma humano (HPV): a aposta na proteção indireta e na imunidade de grupo pela vacinação das raparigas; o alargamento aos rapazes com a vacina bivalente — que contém os dois genótipos associados a cancro nos rapazes; alargamento com a vacina quadrivalente e uma vacinação semelhante à das raparigas com nove genótipos.
“A nossa preocupação de proteger financeiramente os nossos cidadãos deverá ser sempre equilibrada com aquilo que é evidência técnica”, afirmou Marta Temido.
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