"Foi hoje [quinta-feira] lançado o aviso para o concurso de Medicina Geral e Familiar. Foram abertas 14 vagas no ACES do Arco Ribeirinho (Barreiro/Moita/Montijo), 14 no ACES Almada/Seixal e 14 no ACES Arrábida (Palmela/Sesimbra/Setúbal)", disse Fernando Araújo.

"Vamos tentar que estas 42 vagas sejam preenchidas na totalidade, o que permitirá reduzir o número de utentes sem médico de família em 30 a 40 por cento. O número de vagas é mais ou menos adequado ao numero de candidatos. Acreditamos que a maior parte destas vagas será ocupada no princípio de julho", acrescentou.

O secretário de Estado falava à Lusa depois de um encontro informal com cerca de uma centena de militantes socialistas, médicos e outros convidados, no âmbito da iniciativa "90 Minutos Com", promovida pelo PS/Setúbal, onde foram abordadas diversas questões sobre a saúde na região.

Adiamento de cirurgias

No encontro, que afinal durou quase três horas e foi muito participado, Fernando Araújo não só explicou e justificou a necessidade de algumas medidas do Governo na área da saúde, como também registou críticas de profissionais de saúde, designadamente por causa da falta de médicos anestesistas no Hospital de São Bernardo, que obriga ao adiamento de intervenções cirúrgicas programadas.

Confrontado com as dúvidas dos enfermeiros sobre a reposição das 35 horas de trabalho por semana, Fernando Araújo esclareceu que o Ministério da Saúde "ainda está a negociar com os sindicatos dos enfermeiros", mas afirmou-se convicto de que haverá um acordo dentro de pouco tempo.

"Ainda estamos a negociar a aplicação dessa medida com os sindicatos. Diria que muito rapidamente [os enfermeiros] irão ter orientações para poderem organizar os serviços, de modo a podermos cumprir uma lei aprovada na Assembleia da República sem que haja faltas ou lacunas na prestação de cuidados de saúde aos utentes", disse.

Questionado por um dos participantes no encontro sobre uma eventual separação entre os setores público e privado na área da saúde, o secretário de Estado respondeu que a "prioridade do Governo é defender o Serviço Nacional de Saúde [SNS]".

"Vamos tentar clarificar a questão das incompatibilidades, vamos tentar que o sistema seja cada vez mais transparente, que as opções e a forma de trabalho seja mais clara para todos, para que não haja dúvidas sobre isso. Vamos caminhar de uma forma tranquila, ponderada, de modo a evitar que haja problemas no SNS", disse.

"Temos, acima de tudo, uma enorme vontade de defender o SNS. Essa é a nossa grande prioridade. Fá-lo-emos, seguramente, na defesa do interesse público, na defesa do interesse dos utentes, independentemente dos lóbis que possam existir ou não. Há vontade, há capacidade, e iremos conseguir fazê-lo, seguramente", concluiu.