As conclusões são de um estudo publicado na Acta Médica Portuguesa de maio, hoje divulgado, e que envolveu mais de 250 finalistas de Medicina e internos do Ano Comum (formação pós-graduada mas generalista).
A análise conclui que são necessárias mudanças nos currículos de Medicina para que os futuros médicos “desenvolvam competências e combatam o sofrimento ‘evitável’ dos seus doentes”.
A Associação Internacional para o Estudo da Dor tem defendido um currículo mandatório sobre dor crónica nos cursos de Medicina, sendo que o estudo português agora publicado pretendeu saber a opinião dos finalistas de Medicina e dos internos sobre o ensino da dor nas faculdades portuguesas.
A dor é um dos sinais vitais e que é reconhecido como tal pela esmagadora maioria dos inquiridos no estudo. Mas 18,7% apenas a avaliaria se o doente se queixasse de dor.
As escalas de autoavaliação da dor eram conhecidas por mais de 87% dos inquiridos, mas descia para 70% os que conheciam as escalas de heteroavaliação.
Sobre os motivos pelos quis a avaliação da dor não entra na rotina da prática clínica, os inquiridos apontaram a falta de queixas do doente (82%), um tempo muito reduzido de consultas (53%), falta de conhecimento médico (32,7%) e o facto de ser um “sintoma subjetivo” (22%).
Para 98% dos inquiridos é relevante haver mais educação sobre dor crónica, que devia ocorrer no 5.º ano do curso de Medicina, até porque quase 70% indicaram não ter tido treino suficiente para conduzir uma entrevista sobre dor.
Considerando que o ensino da dor crónica é disperso, pouco estruturado e opcional, análise publicada na Acta Médica Portuguesa aconselha, além da introdução nos currículos, de estágios em consulta de dor crónica.
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