"Estes furacões são uma trágica lembrança de que o clima está a mudar, com efeitos devastadores na saúde", indicou o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao abrir a 29ª conferência da Organização Pan-americana da Saúde (OPS).
"É uma lembrança oportuna, se precisávamos de uma, de que devemos tomar medidas para mitigar como e nos adaptarmos aos efeitos das mudanças climáticas na saúde".
Tedros indicou ainda que a OMS pretende centrar-se em ações para apoiar "os pequenos Estados insulares em desenvolvimento, que são os menos responsáveis pelas mudanças climáticas, mas os mais ameaçados".
Três furacões extremamente violentos deixaram, na última semana, um rasto de destruição e morte, particularmente em pequenas ilhas das Caraíbas.
No final de agosto, o furacão Harvey provocou grandes inundações no estado americano do Texas. Pouco depois, o Irma atingiu a Flórida, devastando as Keys, após destruir a ilha de Barbuda e causar graves danos em Cuba.
Na semana passada, o María afetou Porto Rico, as Ilhas Virgens e Martinica. A diretora da OPS, Carissa F. Etienne, destacou o "fracasso da mitigação e da adaptação às mudanças climáticas" e instou à ação perante "a ocorrência de mais tempestades tropicais, de maior intensidade e frequência".
Os ministros da Saúde das Américas reúnem-se até sexta-feira na sede da OPS, em Washington, para debater políticas de saúde pública e prevenção de doenças perante os desafios de saúde.
Entre os efeitos das mudanças climáticas na saúde, os especialistas mencionaram o aumento dos níveis de poluição do ar e da água, a propagação de doenças infecciosas pelo aumento de mosquitos transmissores, problemas respiratórios e cardíacos, e o impacto na saúde mental dos estragos atribuídos ao clima extremo, como furacões ou secas.
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