Esta decisão mostra que os riscos associados ao remédio "não são insignificantes", embora o docetaxel continue a ser "um medicamento importante no tratamento contra o cancro", que permitiu reduzir a mortalidade ligada a esta doença, ressaltou Dominique Martin, diretor geral da ANSM, contatado pela agência de notícias France Presse.
O organismo lançou uma investigação de farmacovigilância em setembro após um "pico de advertências" pela morte de mulheres tratadas contra o cancro de mama. Em Portugal, o medicamento ainda é utilizado mas ainda não foi feito um levantamento público de casos de morte provocada pelo fármaco.
As autoridades de saúde determinaram dois tipos de efeitos secundários (colite e choque séptico) em pacientes que tomavam esse medicamento em qualquer uma de suas formas (Taxotere, da Sanofi, e genéricos).
Após a revisão da incidência dos efeitos secundários em tratamentos para o cancro de mama, pulmão, próstata, estômago e vias aerodigestivas superiores desde o início da sua comercialização, em 1996, até 7 de fevereiro deste ano, "foram reportados 187 casos de colite ou de choque séptico, dos quais 48 resultaram em morte", concluiu a ANSM.
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Apesar disso, "os óbitos são incomuns (1 para cada 10.000 pacientes) para um medicamento que permitiu reduzir a mortalidade em um grande número de cancros", ressalta a agência.
O diretor geral da ANSM acrescentou que estão a ser realizadas investigações complementares sobre a qualidade dos produtos. À espera dos resultados de novas análises, "mantém-se a recomendação da não utilização do docetaxel em cancro de mama localizado, operáveis", por precaução.
Em 10 de março, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) anunciou uma série de "análises preliminares" que mostraram que "não existia um aumento da frequência do aparecimento de enterocolite neutropênica" (uma complicação digestiva que pode levar a perfurações no intestino) em pacientes tratados com docetaxel entre janeiro de 2015 e janeiro de 2017.
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