A quarta reunião da Comissão Técnica de La Valetta, no âmbito do acordo de cooperação que junta 10 países, e que vai ser alargado para 11, com a entrada da Croácia, está a decorrer em Lisboa e conta com a participação dos ministros da Saúde português, Adalberto Campos Fernandes, espanhola, Dolors Montserrat, grego, Andreas Xanthos, e dos secretários de Estado da Roménia, Octavian Alexandrescu, e da Croácia, Željko Plazonić.

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Este grupo envolve 10 países europeus com cerca de 160 milhões de europeus e visa “criar mecanismos permanentes de trabalho” ao nível técnico e político para refletir sobre medidas que visem “melhorar o acesso à inovação terapêutica”, à sua compatibilização com a sustentabilidade dos sistemas de saúde na Europa e outras medidas como a agregação de contas e a questão regulatória e de avaliação, disse à agência Lusa Adalberto Campos Fernandes.

O ministro da Saúde adiantou que os países europeus “estão hoje confrontados com uma transição demográfica que representa um problema estratégico de enorme dimensão” e a sustentabilidade dos seus “sistemas de saúde está muito relacionada com a possibilidade de aceder e poder pagar a inovação terapêutica disruptiva e de qualidade que, entretanto, vai sendo posta ao dispor dos cidadãos”.

Este grupo permite contribuir para “pensar estrategicamente os sistemas de saúde na dimensão de acesso à inovação terapêutica, de equidade, de equilíbrio e de sustentabilidade”, disse Adalberto Campos Fernandes.

Os países têm temas de saúde e políticas diferentes, mas em matéria de acesso ao medicamento e inovação terapêutica “as necessidades são equivalentes e permitem construir uma agenda comum”, adiantou.

“A Europa no domínio da saúde ainda é muito desigual e em áreas tão sensíveis como, por exemplo, as doenças raras, nas terapêuticas inovadoras na área oncológica e no VIH-Sida ainda existem muitas diferenças quer nas condições de acesso quer nas condições de aquisição”, sublinhou.

Para o ministro, importa que os países tenham primeiro um diálogo entre si e depois um diálogo qualificado com os principais parceiros, nomeadamente a indústria inovadora que tem “um papel determinante”.

“É esse diálogo que queremos aprofundar e que passe a ser permanente e não tanto apenas ao nível nacional, mas também ao nível partilhado pela direção dos países, como é o caso do grupo de La Valleta”, acrescentou.

A reunião hoje precede um outro encontro que terá lugar em Atenas, na Grécia, em julho, onde serão avançadas propostas concretas nestes domínios, disse o Adalberto Campos Fernandes.