A equipa de investigadores americanos identificou uma aceleração da atrofia de substância cinzenta nas áreas auditivas do cérebro em pessoas com perda auditiva leve. O declínio da capacidade auditiva representou, também, um aumento no esforço de audição em idosos, para uma compreensão mais eficaz da fala.

"Como a capacidade auditiva diminui com a idade, soluções como os aparelhos auditivos, devem ser consideradas, não só para melhorar a audição, mas para manter o bom funcionamento do cérebro. As pessoas ouvem de forma diferente e as que têm uma perda auditiva moderada terão mais dificuldade em entender frases mais complexas. A nossa capacidade auditiva afeta diretamente a forma como o cérebro processa os sons, incluindo a fala. Preservar a nossa audição não só protege os nossos ouvidos, como também ajuda a performance do nosso cérebro”, explica o Dr. Jonathon Peelle, Investigador Principal do estudo.

Todos os participantes com mais de 60 anos, e com uma audição normal para a sua idade, foram alvo de medições entre a relação da acuidade auditiva com o cérebro. Desta forma, foi possível concluir que os participantes com perda auditiva tinham menos atividade do cérebro quando ouviam frases mais complexas. Paralelamente, tinham menos massa cinzenta no córtex auditivo, indicando uma atrofia acelerada associada à decadência da capacidade auditiva nessas áreas do cérebro, responsáveis pelo processamento do som.

“Esta descoberta vem realçar a importância do nosso trabalho. Conseguimos com este estudo perceber que, afinal, o cérebro parece ter um papel ativo que influencia o processo de audição, denominando-se de audição subjetiva. É necessário alertar a população sobre a importância da audição. Como ficou comprovado, esta possui um papel muito importante na atividade cerebral, pelo qual devemos estar alertas”, acrescenta Pedro Paiva, audiologista da MiniSom.