É mais um argumento para quando tiver de explicar que os estudos são uma ferramenta imprescindível para o futuro. Cientistas da Universidade de Cambridge descobriram porque é que existe uma relação inversa entre os anos de formação e o risco de demência.

Por cada ano de escola, o risco de diminuição das capacidades cognitivas com a idade diminui 11%. Até aqui explicava-se este dado através da noção de que um nível educativo elevado estava relacionado com o estatuto socioeconómico e com a sensibilização para estilos de vida mais saudáveis - o cérebro manter-se-ia mais tempo bem conservado.

A nova explicação é que os anos de aprendizagem preparam o cérebro para resistir à perda de faculdades, mesmo em situações em que as doenças são semelhantes.

Os investigadores analisaram os cérebros de 872 pessoas que participaram em estudos de envelhecimento, algumas durante mais de 20 anos. Carol Brayne, uma das autoras do estudo, explica que indivíduos com níveis diferentes de educação podem ter patologias semelhantes no cérebro, mas que aqueles que estudaram mais conseguem compensar melhor os efeitos da demência antes de apresentarem quaisquer sintomas.

Hannah Keage, co-autora, vai mais longe: "Sabemos que a educação contribui de forma positiva para a saúde e igualdade de uma população. Este estudo vem sustentar que se deve investir em factores que, logo no início da vida, podem ter um impacto na sociedade e na esperança de vida."

Fonte: jornal i

2010 -07-26