
Em declarações à Lusa, o presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina, Edgar Simões, explicou hoje que o congresso é “uma forma de preencher lacunas existentes no currículo dos estudantes de medicina e de ter contacto com temas menos acessíveis”.
“Queremos que seja um complemento a todo o conhecimento que se adquire ao longo do curso, contribuindo assim para a formação de futuros médicos mais informados e capazes de lidar com a realidade”, sustentou.
Segundo Edgar Simões, o interesse dos estudantes por estes temas não incluídos na sua formação clássica “traduz-se na procura por este tipo de eventos e, em particular, por este congresso, que vai reunir mais de 400 estudantes, e as inscrições esgotaram em menos de um minuto”.
Enquanto associação nacional, “organizamos um congresso cujo objetivo é por os estudantes em contacto com temas úteis, com os quais eles vão necessariamente ter de contactar ao longo da sua vida, mas não são particularmente abordados nos cursos de medicina e que de alguma forma extravasam a nossa prática clínica corrente, como por exemplo questões de dilemas éticos, medicina humanitária ou medicina de catástrofe”, disse.
Haverá uma sessão plenária sobre o acesso ao internato médico e os problemas no planeamento da gestão de recursos humanos em saúde.
“Vamos aproveitar essa sessão para lançar um manual que elaboramos para os estudantes de medicina com instruções e clarificação de conceitos sobre o acesso ao internato médico”, afirmou.
Os estudantes defendem que “sejam criadas condições de articulação entre a formação das faculdades e depois o acesso à especialidade”.
“Esse tema adequa-se no conceito do congresso na medida em que não contactamos muito com ele no âmbito da nossa formação, mas é muito pertinente para a nossas vidas futuras”, acrescentou.
Nas sessões plenárias serão abordados diferentes temas como: Catástrofes Nacionais, Internato Médico, Medicina Humanitária e dos Migrantes e ainda ‘Designer Babies’ (bebés desenhados à medida do cliente).
Decorrerão ainda três palestras: uma delas centra-se na apresentação de um caso real, com o testemunho de um doente oncológico, outra na abordagem ao empreendedorismo na saúde e a última promoverá uma reflexão sobre temas-chave para o futuro da saúde em todo o mundo, bem como a discussão dos desafios da aplicação da inovação nos cuidados de saúde, num mundo em mudança.
Este ano, o Congresso Nacional de Estudantes de Medicina (CNEM) apresenta como novidade o CNEM ‘Pitch’, que resulta de uma iniciativa conjunta com o Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) e pretende dar forma às ideias e aos projetos originais dos estudantes de medicina.
Os estudantes de medicina vão poder apresentar as suas ideias, sendo que os vencedores receberão apoio financeiro para implementação dos projetos, bem como aconselhamento profissional na área da tecnologia, da inovação e da investigação.
O CNEM ‘Pitch’ está aberto a qualquer estudante de medicina do país, seja ou não participante do CNEM.
“Queremos com o CNEM ‘Pitch’ estimular o empreendedorismo na saúde, com o incentivo aos estudantes de medicina para pensarem em novas ideias e projetos que possam vir a contribuir para a melhoria da profissão, do relacionamento com os cidadãos, da intervenção na sociedade, entre outros”, sublinhou Edgar Simões.
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