Manter os estádios e as salas de concertos fechados por 18 meses "seria certamente muito inteligente", declarou Haug, especialista de grande renome na Alemanha e conselheiro do governo do país na implementação de medidas de combate à pandemia do coronavírus.

"Para saber se isso vai durar um ano e meio, é preciso esperar, há avaliações mais otimistas", admitiu Haug em entrevista realizada na segunda-feira (13) à emissora pública ARD.

"Mas esta situação vai durar vários meses ainda e poderia arrastar-se por um ano e meio", continuou.

Na segunda-feira, a Academia defendeu uma volta "por etapas" à normalidade caso as novas contaminações "se estabilizem num nível baixo" e se "as medidas de higiene forem mantidas".

As salas de espetáculo e os estádios estão fechados desde meados de março em toda a Alemanha.

A Liga Alemã de Futebol (DFL) reunir-se-á em 23 de abril para decidir sobre uma eventual retomada do Campeonato Alemão em meados de maio, com jogos sem torcida, caso as autoridades concordem com a proposta.

O número de infetados com COVID-19 curados nas últimas 24 horas (4.000) supera o registo de novas infeções na Alemanha (2.537), anunciou o Instituto Robert Koch (RKI), que regista um total de 123.015 casos. A entidade responsável pela prevenção e controlo de doenças adianta que, dos 123.015 casos, 64.300 são considerados curados, isto é, mais de metade do total das infeções já foram superadas.

O RKI aponta ainda que houve um crescimento de 126 vítimas mortais em relação ao dia anterior, totalizando 2.799.

Jens Spahn, o ministro da Saúde da Alemanha, já voltou a sublinhar o otimismo em relação aos números e à possibilidade de, pouco a pouco, depois da pausa da Páscoa que termina esta terça-feira, as medidas de restrição serem reduzidas.

Apesar disso, segundo uma sondagem divulgada hoje pelo instituto YouGov, a maioria dos alemães está contra o abrandamento da contenção imposta para combater a pandemia de COVID-19.