Hoje, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) veio denunciar que mais de metade dos hospitais públicos portugueses está a falhar os tempos máximos de resposta legalmente previstos para primeiras consultas de especialidade.

Segundo os indicadores oficiais consultados pela agência Lusa, vários hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) estão a ultrapassar os tempos máximos de resposta garantidos para as primeiras consultas de especialidade.

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Nas consultas de oftalmologia, por exemplo, o hospital distrital das Caldas da Rainha tem um tempo médio de resposta à primeira consulta de 813 dias para os casos muito prioritários e de 832 para os casos normais.

Tempo máximo é de 30 dias para casos "muito prioritários"

O tempo máximo de resposta garantido definido pela lei para os casos muito prioritários é de 30 dias e para os casos normais é de 150 dias. Ainda na oftalmologia, o hospital de Vila Franca de Xira tem uma média de espera de 445 dias para os muito prioritários.

No caso da pneumologia, por exemplo, no hospital Padre Américo Vale do Sousa há uma espera média de 431 dias para os doentes muito prioritários e de 647 dias para os doentes normais.

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De acordo com uma nota hoje divulgada pelo Sindicato Independente dos Médicos, mais de 70% dos hospitais não cumprem os tempos de resposta máximos para a oftalmologia, situação semelhante passa-se na ortopedia, na reumatologia ou na neurocirurgia.

“A grande maioria dos hospitais do SNS debate-se com enormes problemas no cumprimento dos tempos máximos de resposta garantidos para primeira consulta hospitalar, sendo várias as especialidades em que mais de metade dos hospitais apresenta um tempo médio de resposta superior ao máximo legalmente estabelecido”, refere o Sindicato.

O SIM vinca que há hospitais com mais de dois anos de espera para consulta, como é o caso de Oftalmologia em que o tempo médio de espera chega a atingir dois anos e dez meses, ou a otorrinolaringologia que chega a atingir os dois anos e nove meses de espera para consulta.

“Apesar de tudo isto, o Ministro da Saúde persiste em não aceitar a proposta dos sindicatos para o aumento do número de horas semanais alocadas à consulta dos médicos hospitalares”, refere o sindicato, lembrando que atualmente “praticamente metade do horário semanal normal de um médico hospitalar”, ou seja, 18 das 40 horas semanais, está alocado à urgência.