O número de enfermeiros a trabalhar na Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) diminuiu 6,7 por cento em 2010, face a 2009, segundo dados da Administração Central dos Sistemas de Saúde (ACSS).
De acordo com o relatório da ACSS sobre o desempenho dos Agrupamento de Centros de Saúde (ACES), em 2010 trabalhavam na ARSLVT 2.261 enfermeiros.
No ano anterior existiam 2.423 enfermeiros na ARSLVT.
Apesar disso, a Ordem dos Enfermeiros vem hoje denunciar que o rácio de utentes/enfermeiros está muito aquém do considerado ideal pela Organização Mundial de Saúde.
Exemplificando com dados das portarias que criaram os ACES, a Ordem dos Enfermeiros afirma que o ACES Lisboa Central tinha em 2009 um rácio de um enfermeiro para 1.836 utentes.
Numa análise realizada com base nas portarias, a Ordem dos Enfermeiros concluiu que “este ACES era um dos piores em termos de rácio enfermeiro/habitante”.
“Já a ARSLVT possuía os valores mais preocupantes do país em matéria de recursos humanos e no que diz respeito aos enfermeiros”, acrescenta o texto.
A Ordem dos Enfermeiros lembra que a OMS defende um enfermeiro para cada 400 famílias (cerca de 1.200 pessoas).
“Todos os ACES da ARSLVT possuem rácios superiores a 1.200 utentes”, assegura a Ordem.
A questão surge numa altura em que 24 enfermeiros que trabalhavam em regime de prestação de serviços nos centros de saúde da Alameda, Ajuda, Alcântara, Coração de Jesus, Lapa, Luz Soriano, Santo Condestável e São Mamede/Santa Isabel - pertencentes ao ACES Lisboa Central - já não foram trabalhar na quinta-feira porque a empresa que os contratou, a Medicsearch, rescindiu o contrato quarta-feira com feitos imediatos.
No e-mail enviado aos enfermeiros, a que Lusa teve acesso, a entidade contratadora lembrou que “a sustentabilidade das contas públicas é um compromisso assumido no memorando da ‘troika’” e que se trata de “um desígnio nacional a que todos devemos atender”.
02 de setembro de 2011
Fonte: Lusa
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