O escândalo das próteses mamárias da companhia francesa Poly Implant Prothèse (PIP) foi descoberto em março de 2010. A empresa utilizava um gel de silicone não homologado para fins médicos, em vez do gel Nusil autorizado que dizia utilizar.

A empresa certificadora alemã limitou-se a controlar os documentos do fabricante e não o silicone utilizado, tendo agora sido condenada por negligência no processo de auditoria.

Vária mulheres com implantes fraudulentos foram internadas após o rebentamento das próteses. Ficou ainda comprovado que o gel utilizado continha compostos potencialmente cancerígenos.

Em Portugal, havia em 2012 duas mil mulheres com implantes PIP, segundo dados da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética.

A autoridade que regula o setor do medicamento (Infarmed) registou incidentes com 14 implantes mamários PIP em onze mulheres, metade dos quais em 2011.

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60 mil mulheres com implantes mamários em Portugal

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) garante a remoção dos implantes com complicações, embora a sua substituição nos serviços de saúde públicos só aconteça em duas situações: quando colocados no SNS e sempre que a razão do implante seja a ablação da mama por doença. Nos casos em que os implantes foram colocados em clínicas privadas, a sua substituição está a cargo da mulher, o que pode custar entre 4.500 a 6.000 euros.

Cerca de 6.000 implantes mamários são colocados anualmente em Portugal, sendo este um mercado em crescimento, mas que regista uma desaceleração que poderá ser justificada pelo receio causado pelo escândalo dos PIP, mas também devido à crise. Existem atualmente cerca de 60 mil mulheres com implantes mamários em Portugal.

Na década de 90, quando começou a aumentar o recurso a estes implantes, o principal objetivo estético das mulheres era corrigir imperfeições. Atualmente, a mulher recorre a próteses de maior volume e assume os motivos estéticos.