“Não é só uma questão de verbas e dinheiro”, disse à agência Lusa José Pereira Miguel, antigo presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) e um dos autores do documento, que foi enviado pelos subscritores às autoridades dos respetivos governos.
No documento, publicado na edição de sábado da revista The Lancet, lê-se que os profissionais de saúde e as populações que estão no terreno – na África ocidental – “necessitam desesperadamente de equipamentos de proteção individual e desinfetantes, como sabonetes e cloro.
Os autores defendem uma maior participação dos Estados europeus no envio de ajuda e de profissionais, bem como no apoio à sua formação.
“Após meses de inércia e negligência por parte da comunidade internacional, a epidemia de ébola está totalmente fora de controlo”, começam por escrever os autores do documento.
Segundo José Pereira Miguel, a Europa começou tarde, mas a luta contra o ébola ainda pode ser ganha, embora só se a Europa ajudar.
A carta vai nesse sentido: “Pressionar os Estados europeus para que se faça mais, para que se mobilizem todos os recursos que a Europa tem”.
Segundo José Pereira Miguel, o documento alcançou alguns dos objetivos, pois foi seguido do anúncio de medidas da Comissão Europeia de apoio aos países afetados.
Sobre a epidemia, o especialista em saúde pública considerou a situação “muito grave”, lembrando que o vírus já fez cerca de 3.000 mortos e que os hospitais montados no terreno estão sobrelotados.
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