29 de agosto de 2013 - 16h01
A Semana Ibérica de Emergência Médica reúne de 05 a 16 de setembro 200 profissionais, entre médicos e enfermeiros, no Funchal, Madeira, anunciou hoje a organização da iniciativa, que inclui conferências e cursos.
“A missão do Serviço de Saúde da Madeira é atender o doente, formar profissionais e promover a investigação”, disse à agência Lusa o diretor dos Cuidados Intensivos do Hospital Dr. Nélio Mendonça, Júlio Nóbrega, justificando a realização da semana, já na quarta edição.
Os trabalhos são antecedidos, já na segunda-feira, com a realização das ações “Um café com o perito”, que se prolongam até ao dia 16, com vários palestrantes e diferentes temáticas.
No dia 05, após a cerimónia de abertura, arrancam também as reuniões “Um dia, um tema”, da responsabilidade da Sociedade Portuguesa de Cirurgia, e, nos dias que se seguem, estão previstos vários cursos, incluindo de trauma para médicos e enfermeiros, básico para cuidados intensivos, infeção grave e sépsis e suporte avançado de vida pediátrico.
A Semana Ibérica de Emergência Médica culmina com o 3.º Congresso dos Serviços de Urgência dos Hospitais EPE (entidades públicas empresariais), que assinala, de forma particular, a comemoração, pela segunda vez, do Dia Mundial da Sépsis, a 13, em que sobreviventes vão testemunhar sobre a doença e responsáveis regionais e nacionais vão abordar o trabalho desenvolvido neste âmbito.
“Vamos dedicar grande parte desse dia a abordar o tema sépsis”, adiantou Júlio Nóbrega, observando que a doença “resulta de uma infeção que tem graves consequências do ponto de vista humano, mas também económicas”.
O médico explicou que “se conseguiu reduzir a mortalidade atribuída à sépsis a nível mundial, mas existe maior incidência destes casos, o que faz com que, em números absolutos, a mortalidade tenha aumentado”.
“Com o aumento da esperança de vida, o tratamento melhorado de outras doenças, as pessoas sobrevivem mais tempo, mas tornam-se mais frágeis para a possibilidade de contraírem sépsis”, sustentou Júlio Nóbrega, notando que “a doença tem uma forma de apresentação muito subtil e, se não houver um cuidado redobrado de atenção para a sua identificação, pode ser fatal”.
Segundo o médico, é uma “doença ‘tempo-dependente’, o que quer dizer que a rapidez da intervenção é fundamental para o sucesso clínico”.
O diretor dos Cuidados Intensivos do Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, onde vão decorrer os trabalhos, considera ser “importante a sensibilização para a doença e transmitir à população a adoção de estilos de vida para diminuir a sua incidência”.
“A higienização, sobretudo das mãos, o cumprimento do plano nacional de vacinação e, essencialmente, não consumir indiscriminadamente antibióticos são as recomendações permanentes”, acrescentou Júlio Nóbrega, referindo que deste dia vai sair, à semelhança do ano passado, uma mensagem para a população.
Lusa