“Estou muito feliz em ver um chefe de Estado que está muito comprometido com a saúde. Ele é um dos poucos líderes, no mundo, que assume este compromisso e está diretamente envolvido em questões ligadas à saúde”, declarou Tedros Tedros Ghebreyesus.

O responsável da OMS falava após ser recebido pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, na Presidência, em Maputo, no âmbito de uma visita de trabalho de dois dias que realiza a Moçambique.

Desde setembro, uma epidemia de cólera provocou, pelo menos, 141 mortes em Moçambique, com o número de casos a rondar os 32.000, segundo a atualização de dados de junho do Ministério da Saúde.

Quase metade dos casos foi registada na província da Zambézia, no centro do país, especialmente afetada depois da destruição provocada pelo ciclone Freddy, em fevereiro e março.

Para o diretor-geral da OMS, o executivo moçambicano teve uma gestão assinalável da epidemia, que foi agravada pelo impacto do ciclone Freddy.

“Saudei o Presidente moçambicano e o ministro da Saúde [Armindo Tiago] pela sua liderança na gestão da epidemia da cólera. No mesmo período foram registados casos de pólio e que também foram controlados, após serem detetados antecipadamente. Não há qualquer caso agora desde agosto”, observou.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, situação que agrava a resistência de infraestruturas e serviços que permitam evitar a doença.

A cólera é uma doença que provoca fortes diarreias, que é tratável, mas que pode provocar a morte por desidratação se não for prontamente combatida.

A doença é causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados por falta de redes de saneamento.

Em maio, a Organização Mundial da Saúde alertou que o mundo terá um défice de vacinas contra a cólera até 2025 e que um bilião de pessoas de 43 países podem ser infetadas com a doença.