Os investigadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fiocruz desenvolveram o Índice de Desigualdades Sociais para a Covid-19 (IDS-Covid-19) para medir os efeitos das desigualdades sociais em saúde na pandemia e descobriram que o abismo do acesso à saúde entre as regiões norte e nordeste e sul-sudeste do país sul-americano se aprofundou.
“As desigualdades entre as regiões se aprofundaram, considerando que há uma melhoria dessas desigualdades em alguns municípios, embora não seja grande, enquanto outros permaneceram em situação crítica”, destacou, num comunicado, a epidemiologista Maria Yury Ichihara, coordenadora do projeto.
A Fiocruz explicou que o IDS-Covid-19 foi calculado com base em dados socioeconómicos, sociodemográficos e de acesso aos serviços de saúde que mostraram, após a primeira onda da pandemia de covid-19 em 2020, que somente 3% dos municípios da região norte do país conseguiram reduzir as condições de desigualdades em saúde.
“Os dados do índice também mostram que nos quatro momentos medidos mais de 90% dos municípios da região norte ficaram na pior classificação quanto ao nível de desigualdades sociais em saúde”, destacou a Fiocruz.
Já na região nordeste, em fevereiro de 2020, quase todos os municípios, 99%, estavam nos dois piores grupos em relação à situação de desigualdades sociais em saúde.
No entanto, a Fiocruz apontou que “ao longo da pandemia, a região apresentou uma redução nessa condição com 95% em julho de 2020, 93% em março de 2021 e 92% em janeiro de 2022”.
Os municípios do centro-oeste, onde a economia das cidades está intimamente ligada ao agronegócio, apresentam diferentes níveis de desigualdade.
A região sudeste, que é formada pelos estados mais populosos do Brasil (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e também Espírito Santo), concentrou níveis intermediários de desigualdade em saúde.
Já a região sul do país concentrou os menores índices de desigualdade sociais em saúde do país. Além disso, 8% dos municípios apresentaram redução das desigualdades.
No que diz respeito a população, a investigação da Fiocruz frisou que as informações recolhidas confirmaram que a pandemia atingiu as pessoas negras de forma distinta por conta das desigualdades raciais.
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