"A descoberta de novas infeções nos animais representa um alto risco de infeção nos humanos que estão em contacto próximo com eles", explicou Zhengli Shi, investigadora do Instituto de Virologia de Wuhan e coautora do estudo publicado esta semana na revista Nature.

A mordedura destes 10 animais pode matá-lo em minutos
A mordedura destes 10 animais pode matá-lo em minutos
Ver artigo

Isso permite tomar medidas de prevenção numa etapa precoce, ressalta a cientista.

Os investigadores realizaram exames em 35 trabalhadores agrícolas que estiveram em contacto com porcos doentes. Nenhum deu positivo ao novo vírus, o coronavírus da Síndrome de Diarreia Aguda Suína ("SADS-CoV"), detetado em quatro criadouros suínos da província chinesa de Guangdong, ao sul do país.

Atualmente, seis coronavírus são conhecidos por provocar doenças em humanos.

Até agora somente dois desses coronavírus provocaram epidemias fatais em seres humanos: o da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS) e da Síndrome Respiratória do Coronavírus do Médio Oriente (MERS CoV), detalhou o Instituto Nacional americano de Alergias e Doenças Infecciosas que financiou este estudo.

SARS matou 800 pessoas

A epidemia da SARS, que começou na China no final de 2002, apareceu em várias partes do mundo em 2003 e provocou cerca de 800 mortos. O reservatório desse vírus também era um morcego insetívoro.

A identificação de novos vírus nos animais e a rápida determinação do seu potencial de infetar pessoas é fundamental para reduzir as ameaças à saúde mundial, indicam os investigadores.

O vírus encontrado no intestino delgado dos porcos doentes tem uma sequência genética similar à de um coronavírus de morcego descoberto em 2007. O estudo permitiu encontrá-lo em 71 dos 596 exemplares (11,9%) de morcegos recolhidos entre 2013 e 2016 na província de Guangdong.