Em entrevista exclusiva ao Healthnews, Jorge Rozeira, diretor da Dermaconsulting e do Serviço de Dermatologia do Hospital Pedro Hispano (ULS Matosinhos), explora os variados aspetos da Dermatite Atópica (DA), uma doença cutânea inflamatória que vem ganhando destaque nas últimas décadas. Segundo o especialista, um tratamento de manutenção inadequado pode aumentar a frequência das crises de DA, devido aos desafios associados ao tempo e custos do tratamento contínuo

Healthnews (HN) – O que é a Dermatite Atópica e como ela afeta a qualidade de vida e autoestima dos pacientes?

Jorge Rozeira (JR) – É uma inflamação cutânea que pode atingir vários órgãos nomeadamente a árvore respiratória e é uma doença autoimune com uma forte influência familiar

HN – Tem-se registado um aumento na incidência de Dermatite Atópica nas últimas décadas. Que fatores poderão estar a contribuir para explicar esse aumento

JR – A incidência tem aumentado devido a numerosos fatores tais como o contato com substâncias novas nunca antes existentes E devido ao facto do sistema imunológico não ter que lidar com outros doenças dantes muito frequentes tais como do essas infeciosas e parasitas querem questionar se quer cutâneos devido à vacinação e às terapêuticas utilizadas

HN – Como a prevalência da Dermatite Atópica difere entre crianças e adultos?

JR – A prevalência diminuiu ao longo da idade com pico to de incidência nas crianças mais novas e diminuindo a partir da adolescência; no entanto muitos doentes mantêm sempre os estigmas de atopia ao longo da vida.

HN – Quais são os principais sintomas da Dermatite Atópica e como eles impactam o dia-a-dia dos pacientes?

JR – Consistem sobretudo sob a forma de eczemas variados com apresentações clínicas e distribuição cutânea variável. Estas alterações condicionam bem-estar do doente afetado, limitam a sua atividade no dia-a-dia. Os familiares destes doentes também têm a sua vida perturbada devido à situação causada nos seus familiares.

HN – Quais as estratégias mais eficazes para o tratamento agudo das crises de Dermatite Atópica?

JR – Assente sobretudo em 3 pontos: hidratação, tipo de vestuário e alimentação. Tudo isto deverá ser conversar com o seu médico. Assim como a terapêutica adequada para o controle das crises e manutenção da pele no dia-a-dia.

HN – Como é controlada a inflamação e o prurido durante uma crise?

JR – Como disse anteriormente, tudo ISTO deverá ser conversado com o seu médico.

HN – Uma rotina diária com emolientes pode ajudar a manter a barreira cutânea e prevenir futuras crises?

JR – A hidratação assume sobretudo um papel importante no intervalo entre as crises e naturalmente na complementação da terapêutica nas crises.

HN – Mesmo que a pele não apresente lesões, ela ainda necessita de cuidados especiais. Porque é crucial cuidar da pele não lesada em pacientes com Dermatite Atópica?

JR – Em todas as patologias de carácter crónico é fundamental uma notação adequada de acordo com a situação e com o tipo de dermatose. Assume particularmente importância no eczema tópico nomeadamente com o uso de emolientes adequados.

HN – Quais as alterações comuns observadas na pele não lesada de pacientes com Dermatite Atópica

JR – Certo tipo Coloração da pele, a presença ou ausência de xerose, certo tipo de pregas peri-oculares, a presença de pseudo olheiras, alterações cutâneas nas pregas dos cotovelos e nos joelhos, entre outros, permite-nos suspeitar Da tendência para o desenvolvimento de eczema atópico, mesmo fora de crise.

HN – Qual é o impacto de um tratamento de manutenção inadequado na frequência das crises de Dermatite Atópica?

JR – O impacto do tratamento tem a ver com vários fatores tais como O Tempo despendido na sua aplicação, os custos que acarreta o uso contínuo deste tipo de substâncias e por vezes torna-se bastante desagradável uso contínuo destas substâncias.