O Hospital da Cruz Vermelha vai passar a disponibilizar serviços médicos, como consultas, urgências ou cirurgias a preços pouco superiores aos cobrados no Serviço Nacional de Saúde e sem listas de espera, anunciou hoje o presidente da instituição.

Este programa vai permitir que os membros da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) possam utilizar os serviços médicos e cirúrgicos disponíveis no hospital a “preços especiais”, como consultas a 25 euros e urgências a 30 euros.

Estes preços são os mesmos que o hospital cobra ao Estado (no âmbito do acordo que tem com o Governo), que são os “mais baixos possíveis para assegurar a sobrevivência do hospital”, e simultaneamente representam uma “diferença muito pequena” do que se paga em taxas moderadoras, sublinhou Luís Barbosa.

A nível privado, uma consulta de especialidade neste hospital custa entre 70 e 80 euros e um episódio de urgência entre 80 e 90 euros.
O hospital vai disponibilizar também pacotes cirúrgicos e exames complementares de diagnóstico com valores fixos, iguais aos praticados no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que podem ser consultados no site da instituição, disse Luís Barbosa.

Qualquer pessoa pode passar a usufruir deste serviço de saúde, bastando para isso pagar dois euros por mês (24 euros/ano), sendo que cada elemento desse agregado familiar paga apenas um euro mensalmente.
Luís Barbosa especificou que não existe qualquer período de carência para este programa, podendo uma pessoa inscrever-se e logo a seguir ter uma consulta.

Com a adesão a este programa, os utentes passam a ser “membros beneficiários”.
Luís Barbosa explicou que no caso de patologias graves, os beneficiários deste programa recebem logo à entrada um orçamento, um “pacote fechado para tratamento dessa patologia”.

O presidente da CVP adiantou ainda que a instituição já pode oferecer um “seguro de doentes graves”, em que a pessoa recebe capital de acordo com o seu diagnóstico, tendo para isso de pagar um valor mensal, que não foi especificado por haver vários escalões.

O responsável adiantou ainda que vai estudar com uma instituição financeira a possibilidade de criar planos de pagamentos para situações em que as pessoas tenham dificuldade em pagar.
A propósito, sublinhou que de ano para ano é crescente o número de famílias que aparecem na Cruz Vermelha a pedir ajuda – sobretudo no que respeita aos medicamentos mais caros.

“Até agora foram já 500 as famílias ajudadas, em vários domínios”, disse.
A CVP conta atualmente com cerca de 50 mil membros beneficiários, 50 mil membros contribuintes (que contribuem mensalmente com o que podem) e 12 mil membros ativos (voluntários em todo o país), beneficiando todos eles deste programa.

Garantindo que o hospital tem elevada capacidade instalada e poderá responder a situações graves que apareçam, o presidente da CVP sublinhou as “áreas de excelência” do hospital, como são a cardiologia, a cirurgia cardiotorácica, a ortopedia, a oftalmologia e a cirurgia vascular.

Com este programa a Cruz Vermelha fica “aberta a quase todos”, pois atualmente já tem acordos com o SNS e os subsistemas da ADSE e das Forças Armadas.

20 de novembro de 2012

@Lusa