No dia em que se assinala o Dia da Criança, o estudo comprovou que incentivar a fazer perguntas, dar explicações personalizadas e envolver a criança na tomada de decisões contribuem para diminuir o número de anestesias necessárias e os níveis de ansiedade e stress das crianças, referiu a FMUP, responsável pelo estudo, em comunicado enviado hoje à Lusa.
Adotar estratégias de comunicação com crianças faz diminuir a necessidade de recorrer a anestesias nestes tipos de exames, sublinhou.
O ruído do equipamento e a sua forma estreita, a necessidade de ficar completamente imóvel e a separação dos pais durante aquele período de tempo são fatores que levam muitas crianças a passarem pelo exame com “muita ansiedade”, sustentou.
“Existe um número considerável de crianças que só conseguem realizar o exame de ressonância magnética recorrendo a sedação, o que comporta alguns riscos para a saúde dos mais pequenos”, constatou Maria da Conceição Castro, uma das autoras do estudo.
De acordo com a investigadora, a marcação das anestesias pode resultar em atrasos no diagnóstico, no início do tratamento ou até mesmo no agravamento da doença.
Além disso, acrescentou, torna a realização do exame “num processo muito mais lento e dispendioso para a instituição de saúde”.
Para esta experiência desenvolvida na FMUP, em colaboração com o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), foi construída uma “míni-ressonância” de brincar que simulou a aparência e o som de uma ressonância magnética real.
Nesta sequência, os resultados mostraram que a necessidade de sedação reduziu, relativamente ao grupo de controlo que recebeu o procedimento habitual do exame, de 70% para 7% no caso das crianças que simularam previamente a ressonância através do brinquedo e que, ao mesmo tempo, receberam uma comunicação personalizada por parte dos profissionais de saúde.
No final do procedimento médico, as crianças do segundo grupo revelaram também sentir-se mais calmas, com menos medo e até com vontade de repetir a experiência no futuro.
O estudo envolveu 90 crianças, com idades entre os quatro e os 10 anos, que tinham um pedido médico para realizar uma ressonância magnética no CHUSJ.
“Quando uma criança se desloca ao hospital, o ambiente e as pessoas desconhecidas podem causar ansiedade e stress”, explicou Irene Carvalho, professora da FMUP e orientadora do projeto.
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