María Angélica de Carvalho Sobrinho, de 53 anos, foi a primeira pessoa a ser vacinada na Bahia, no nordeste brasileiro, e recebeu a dose inicial do imunizante chinês Coronavac em 19 de janeiro, mas contraiu a doença três dias antes da segunda aplicação, marcada para 16 de fevereiro.
Segundo explicou a infeciologista Ceuci Nunes, diretora do hospital Couto Maia, onde a enfermeira está internada, o caso não é "algo excecional", já que as vacinas geralmente oferecem "maior proteção cerca de 20 dias após a segunda dose".
“Três dias antes da segunda dose, ela estava com mal-estar e febre e resolvemos interná-la para observá-la mais de perto, porque precisava de oxigénio”, disse a especialista numa mensagem de áudio divulgada pelo governo da Bahia.
Ceuci Nunes afirmou que o quadro de saúde da profissional é estável e que a manifestação da doença também não é um efeito adverso do imunizante.
“Não tem nada a ver com uma reação adversa da vacina. Ela ainda não estava protegida porque só a primeira dose não protege. Acabou por contrair o vírus e desenvolver a doença”, explicou.
A especialista acrescentou que a eficácia dos antídotos é "cientificamente comprovada" na prevenção de casos graves de covid-19, mas a comunidade médica ainda não sabe se são capazes de prevenir as manifestações mais leves.
“As vacinas protegem muito bem contra os casos graves e reduzem as hospitalizações, mas ainda não sabemos se são capazes de reduzir as infeções. Ou seja, posso ser vacinado, infetar-me, não adoecer e ainda transmitir o vírus”, frisou Ceuci Nunes.
Com cerca de 212 milhões de habitantes, o Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia do novo coronavírus e já acumula mais de 247 mil mortes e quase 10,2 milhões de infetados.
O país iniciou a sua campanha nacional de vacinação em 17 de janeiro, com cerca de 12 milhões de doses, mas teve que interromper a imunização em algumas cidades devido à falta de novos antídotos.
O Ministério da Saúde receberá hoje 1,2 milhões de novas doses da vacina chinesa Coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, e outros 2 milhões da fórmula da farmacêutica AstraZeneca, provenientes do Instituto de Serum da Índia.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.474.437 mortos no mundo, resultantes de mais de 111 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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