O número foi avançado na conferência de imprensa sobre a evolução da situação pandémica em Portugal e traduz um aumento de 713 aparelhos, ou seja, cerca de 62% da capacidade instalada de ventilação mecânica face ao que existia no primeiro ‘pico’ de covid-19, entre março e abril, e que se situava então em 1142 equipamentos desta natureza.

“Das compras que foram realizadas na pandemia para aumento da capacidade deste equipamento, 966 desses equipamentos já foram entregues, estão no território nacional, e 713 já se encontram nas unidades hospitalares. Aqui incluem-se compras, doações e equipamentos recuperados para lidar com este tema. Em contexto hospitalar temos 1855 ventiladores”, frisou o governante.

De acordo com Diogo Serras Lopes, os outros 253 ventiladores - entre os 966 assegurados desde o início da pandemia - que não foram ainda instalados no SNS “estão a ser testados e em vias de serem distribuídos pelos hospitais”, pelo que o governo não prevê neste momento a necessidade de reforço da capacidade de ventilação mecânica intensiva.

“A avaliação em relação à capacidade de ventilação é feita de forma permanente, mas, dada a ocupação em unidades de cuidados intensivos, não antevemos que seja necessária uma aquisição centralizada”, observou, sem deixar de fazer uma ressalva para compras isoladas: “É natural que existam compras de ventiladores, mas não antecipamos que seja necessária uma aquisição superior. Isso dependerá da evolução do contexto de pandemia”.

A ideia de uma situação sob controlo foi igualmente passada pelo secretário de Estado da Saúde em relação à ocupação de camas com doentes covid em enfermarias e unidades de cuidados intensivos (UCI) na região de Lisboa e Vale do Tejo – a mais pressionada pela doença nesta fase -, com 364 e 68 pessoas internadas, respetivamente.

“Não é uma variação significativa face aos números anteriores, há capacidade atualmente. Já tivemos fases bastante diferentes na pandemia e já foi demonstrada a flexibilidade na expansão de camas. Essa capacidade existe e é uma situação que observamos diariamente, pelo que o sistema reagirá de acordo com as necessidades que forem surgindo”, afirmou.

Adicionalmente, Diogo Serras Lopes elencou ainda os hospitais de retaguarda como solução para a expansão da capacidade de resposta, uma possibilidade que está prevista no plano para o outono-inverno de 2020, embora tenha reconhecido que “não foram muito utilizados na primeira fase” da covid-19 no país. Já a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, considerou que só serão instalados como “último recurso” de assistência médica.

“Não estão quantificados quantos serão necessários, poderão ser equacionados um para o Porto e outro para Lisboa, mas só serão ativados em caso de extrema necessidade. Um plano tem de pensar na contingência de uma situação mais drástica”, explicou, lembrando também que a sua instalação não se reveste de “elevada complexidade”.

Portugal contabiliza pelo menos 1.983 mortos associados à covid-19 em 77.284 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).