Para tal, foi criada uma ferramenta em tempo real que permite sinalizar casos potenciais associados a esta variante, avançam as duas entidades em conjunto.
Desenvolvida pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), através do Núcleo de Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infecciosas, e pela Unilabs Portugal, esta metodologia “disponibiliza, rapidamente, às autoridades de saúde pública no terreno uma resposta quanto à evolução da prevalência em Portugal da variante genética do SARS-CoV-2 conhecida como “variante do Reino Unido” (VUI-202012/01)”.
Para tal, foi criada uma ferramenta em tempo real que permite sinalizar casos potenciais associados a esta variante, referem num comunicado conjunto.
“Utilizando as capacidades de análise de dados em grandes quantidades (Big Data Analysis) da Unilabs Portugal, bem como as suas bases de dados, é agora possível em tempo real, perceber onde estes casos da variante do Reino Unido aparecem, em função da metodologia desenvolvida e validada pelo INSA através da sequenciação genómica e disponível a todos os laboratórios que fazem diagnóstico da SARS-CoV-2 por RT-PCR”, refere em comunicado.
Desde o início da pandemia, o INSA tem vindo monitorizar, com o apoio dos laboratórios públicos, privados e da academia, a dinâmica de mutações do SARS-CoV-2, através da sequenciação genética regular, metodologicamente preparada, de forma a perceber, a cada momento, a distribuição e evolução do vírus em território nacional e, deste modo, apoiar as decisões em saúde pública.
No âmbito desse trabalho, e em referência à variante do Reino Unido do SARS-CoV-2, o INSA está a trabalhar com várias unidades laboratoriais com o objetivo de determinar formas rápidas e eficazes de perceber, nos casos positivos reportados, quais os que podem ser causados pela nova variante.
“Estamos numa fase em que nunca foi tão relevante o trabalho de equipa. As equipas do INSA estão a trabalhar de forma empenhada na deteção rápida das várias variantes do vírus que aparecem de forma cada vez mais frequente”, sublinha o presidente do INSA, Fernando de Almeida, citado no comunicado.
O Instituto Ricardo Jorge salienta que “a literatura científica mostra que há um claro sinal, presente nesta variante, em determinados testes de diagnóstico, que permite determinar quais os casos que podem ser associados à variante do Reino Unido”.
O INSA sequenciou dezenas de amostras com esta situação e, em mais de 90% dos casos foi possível constatar tratar-se da variante VUI-202012/01, permitindo assim utilizar tais testes de diagnóstico para, com elevado valor preditivo, conseguir essa variante genética.
“Desde o início da pandemia que temos trabalhado muito proximamente com o INSA. Tendo percebido que tínhamos os dados necessários para mapear a evolução desta variante, a Unilabs Portugal colocou a sua equipa de Data Inteligence ao serviço do INSA, permitindo que, cada vez que um caso desta variante seja identificado, o mesmo surja no mapa, permitindo às equipas de saúde pública uma melhor perceção da distribuição geográfica desta variante”, explica o presidente executivo da Unilabs Portugal, Luis Menezes.
Segundo Luís Menezes, o objetivo foi “criar mais uma arma, neste caso, de dados em tempo real, para combater a pandemia”.
A pandemia de covid-19 já fez 9.028 pessoas vítimas mortais em Portugal, dos 556.503 casos de infeção confirmados, segundo o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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