A decisão foi tomada pela direção da Associação Sindical de Professores Licenciados (ASPL) tendo em conta as notícias mais recentes que dão conta do processo de elaboração do plano de vacinação para a covid-19, que está a definir todos os procedimentos para que um grupo de pessoas possa ser vacinadas assim que a vacina chegue a Portugal.
A ASPL pediu por isso aos ministérios da Educação e da Saúde “que os professores e educadores sejam considerados profissionais de risco e, por isso, prioritários no acesso à vacina para a Covid-19”, refere a associação em comunicado enviado hoje para a Lusa.
Para a ASPL, as condições de trabalho dos professores e educadores são preocupantes, em especial por se tratar de um grupo profissional envelhecido que está em contacto direto e diário com muitas crianças e jovens.
“Com a impossibilidade de, na esmagadora maioria das escolas, serem respeitadas as regras de distanciamento social determinadas pelo Governo para as demais instituições, quer no que se refere à que separa aluno-aluno, quer professor-alunos, quando é do conhecimento público o número crescente de casos de infetados com Covid19, os professores e educadores estão particularmente expostos”, alerta a ASPL.
A associação lembra ainda as inúmeras situações em que os alunos foram mandados para casa devido ao aparecimento de um caso positivo mas os “seus professores e educadores continuam na escola, a lecionar às outras turmas que constam do seu horário de trabalho”.
Todos estes casos têm sido denunciados pela associação, que tem enviado ofícios aos ministérios da Educação e Saúde, assim como ao Primeiro-Ministro e também através de uma queixa apresentada à Provedoria de Justiça.
Perante estas situações que se vivem nas escolas, a organização sindical entende ser de “elementar justiça” considerar os professores e educadores profissionais de risco e, por isso, podendo ser vacinados logo que o plano de vacinação para a Covid-19 seja acionado, depois dos profissionais de saúde.
O Governo criou uma equipa para coordenar todo o plano de vacinação contra a covid-19, desde a estratégia de vacinação à operação logística de armazenamento, distribuição e administração das vacinas.
Esta task-force tem um mês para definir todo o processo, segundo o despacho publicado, na quinta-feira, em Diário da República, assinado pelos ministros da Defesa Nacional, Administração Interna e Saúde.
Segundo informações da Comissão Europeia, as primeiras vacinas deverão começar a ser distribuídas em simultâneo por todos os países da UE dentro de um mês.
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