“No total de casos que tenho conhecimento agora, temos 92 casos positivos em lares, utentes e auxiliares diretos e também enfermeiros e até médicos”, afirmou Ana Cabral, numa conferência de imprensa sobre a situação epidemiológica do concelho, que passou a integrar a lista dos municípios de risco muito elevado de contágio pelo novo coronavírus (entre 480 e 960 casos por 100 mil habitantes).
A vereadora, que enumerou um conjunto de estruturas para idosos que estão a ser monitorizadas na sequência de terem sido registados casos de covid-19, adiantou que na questão do reforço dos recursos humanos o município de Pombal está “em articulação sempre com a Segurança Social”.
“Todos os recursos humanos do município que estão a entrar nos lares são todos testados, não entram sem teste negativo”, assegurou ainda.
Segundo o último boletim da Comissão Distrital de Proteção Civil de Leiria, divulgado às 00:31 de hoje, o concelho de Pombal regista desde o início da pandemia, em março do ano passado, 1.123 casos do novo coronavírus, mantendo-se 222 ativos.
No mesmo período, recuperaram da doença 868 pessoas, havendo ainda 33 óbitos.
Na mesma conferência de imprensa, o presidente da câmara, Diogo Mateus, referiu o regresso do concelho à lista de municípios em risco muito elevado, considerando que os dados de que dispunha na quinta-feira (222 casos ativos) “em nenhuma circunstância” remeteriam Pombal para aquele estatuto.
“O que significa que continuará a haver (…) uma atualização de dados que não terão sido introduzidos no tempo respetivo, o que cria aqui um enorme desfasamento entre a realidade vivida e aquilo que são os dados reportados”, afirmou.
Diogo Mateus salientou que “o próprio acompanhamento que o município desenvolve junto do território, com os senhores presidentes de junta, nos lares, no hospital, na comunidade em geral” vai permitindo conhecer os dados que o município consegue “contabilizar e aqueles que são tornados públicos”.
“Já há alguns dias que se conheciam os surtos que se verificavam nas freguesias de Abiul e Vila Cã, em três estabelecimentos de acolhimento de pessoas idosas, que nas nossas contas se situariam entre as 70 e as 80 pessoas”, exemplificou.
O autarca apontou que os dados de hoje “terão um erro talvez de cerca de 100 pessoas face àquilo que existe”, que é de 222 casos ativos.
“Este episódio, em nenhuma circunstância, coloca em causa a enorme confiança e o trabalho de conjunto que temos feito - e que queremos continuar a fazer - com as autoridades de serviço público, com o Serviço Nacional de Saúde”, garantiu o presidente da câmara, apontando a necessidade “de compreender que a capacidade instalada não é nesta altura suficiente para corresponder às necessidades que a pandemia vai demonstrando”.
“Esta é uma altura para percebermos que temos de continuar a trabalhar conjuntamente, de modo a que essa informação seja mais atualizada possível”, disse.
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