Estas doses “representam a promessa feita pela China de colocar as vacinas ao serviço do mundo e de apoiar plenamente os esforços da Autoridade Palestiniana no seu combate ao coronavírus”, afirmou o embaixador chinês junto da Autoridade Palestiniana, Guo Wei, numa conferência de imprensa em Ramallah.

Este lote de 100.000 doses vai “contribuir muito para acelerar a campanha de vacinação”, congratulou-se a ministra da Saúde palestiniana, Mai al-Kaila, que recentemente tinha alertado para um recrudescimento dos casos de covid-19 na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967.

A Autoridade Palestiniana iniciou a 21 de março a vacinação das pessoas com mais de 75 anos e das que sofrem de algumas doenças, alguns dias depois de ter recebido um primeiro lote de 60.000 vacinas anti-coronavírus através do mecanismo COVAX destinado às regiões desfavorecidas.

Mais de 20.000 doses das 60.000 foram transportadas para a Faixa de Gaza, enclave palestiniano sob bloqueio israelita.

Provenientes dos Emirados Árabes Unidos, outras 60.000 doses, da vacina russa Sputnik V, já tinham sido entregues em Gaza. O envio foi reivindicado por Mohammed Dahlane, dissidente do movimento palestiniano Fatah no exílio e que se tornou conselheiro do príncipe herdeiro dos Emirados.

Os palestinianos da Cisjordânia também receberam alguns milhares de doses da vacina russa em fevereiro, destinadas prioritariamente ao pessoal de saúde.

Israel, que já vacinou mais de metade dos seus nove milhões de habitantes, comprometeu-se a fornecer aos palestinianos 5.000 doses e imunizou mais de 100.000 com visto de trabalho no Estado hebreu ou nos colonatos.

Organizações não-governamentais e responsáveis palestinianos afirmaram que Israel tem “a obrigação”, enquanto potência ocupante, de “fornecer” vacinas aos 2,8 milhões de palestinianos da Cisjordânia e aos dois milhões da Faixa de Gaza.

Desde o início da pandemia, foram registados na Cisjordânia 174.800 infetados, dos quais perto de 2.000 morreram. A Faixa de Gaza conta com 63.750 casos, incluindo mais de 600 mortos.

A pandemia de covid-19, transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019 na China, provocou pelo menos 2,7 milhões de mortos no mundo, resultantes de mais de 127 milhões de casos de infeção, segundo um balanço da agência France Presse.