O investigador Jesem Orellana, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na Amazónia, citado pelo jornal Folha de S.Paulo, disse ter recebido vídeos, áudios e relatos telefónicos de pessoas que atuam na linha de frente de unidades de saúde com informações dramáticas.
“Estão relatando efusivamente que o oxigénio usado para tratar pacientes em estado grave acabou em instituições como o Hospital Universitário Getúlio Vargas e serviços de pronto atendimento, como o SPA José de Jesus Lins de Albuquerque”, afirmou Orellana.
“Acabou o oxigénio e os hospitais viraram câmaras de asfixia (…) Os pacientes que conseguirem sobreviver, além de tudo, devem ficar com sequelas cerebrais permanentes”, acrescentou o investigador.
A falta de oxigénio para pacientes foi confirmada à Folha pelo reitor Sylvio Puga, da Universidade Federal do Amazonas, que administra o Hospital Universitário Getúlio Vargas.
Puga explicou que na manhã de hoje, por falta de oxigénio, os pacientes receberam atendimento por meio de ventiladores mecânicos, que são equipamentos que precisam do auxílio de uma pessoa para funcionar, acrescentando que os funcionários do hospital trabalham para evitar a morte dos pacientes.
Pacientes que estão sendo tratados em casa também relataram dificuldade de reabastecer os cilindros de oxigénio alugados.
Segundo o jornal brasileiro, pelo menos 30 pacientes com covid-19 que estão internados Hospital Universitário Getúlio Vargas serão hoje transferidos para o Hospital Universitário de Teresina, capital do estado do Piauí.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (205.964, em mais de 8,2 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.979.596 mortos resultantes de mais de 92,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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