"Este aumento de casos é um sinal de alerta que estamos a acompanhar de perto", disse o diretor de preparação e resposta a emergências da OMS para a África Austral, Abdou Salam Gueye.

"Os países devem intensificar a sua preparação e garantir que podem dar uma resposta eficaz no caso de uma nova vaga pandémica", acrescentou.

Segundo a OMS, a África Austral registou na semana passada um aumento de 32% de casos em relação à anterior (perto de 46.300 casos positivos).

O aumento mais significativo de casos ocorreu na África do Sul, onde os casos registados semanalmente quadruplicaram nas últimas três semanas.

No entanto, de acordo com a OMS, o número de mortos não está a aumentar de forma tão rápida, pois a África do Sul confirmou 376 mortes nas últimas três semanas, o dobro em comparação com o número das três semanas anteriores.

Da mesma forma, o número de internamentos ainda é baixo.

O número de positivos também está a crescer rapidamente em Essuatíni (antiga Suazilândia) e Namíbia, países que relataram um aumento de 50% de casos nas últimas duas semanas em comparação com as duas anteriores.

Para a OMS, a presença da variante Ómícron num momento em que os países estão a reduzir muitas das medidas para conter a doença é a principal causa dessas tendências.

Além disso, a OMS manifestou-se preocupada com o aparecimento de subvariantes que contêm mais mutações e "ainda não está claro como elas afetam a imunidade", considera-se no comunicado.

A agência da ONU salientou a importância de África manter as melhorias que alcançou nos últimos dois anos na resposta ao novo coronavírus, sobretudo em aspetos como vigilância, testagem ou tratamento.

“Com a experiência adquirida nos últimos dois anos, devemos fazer todo o possível para conter os impactos adversos de uma nova vaga pandémica, intensificando a vacinação e as medidas para detetar e prevenir a propagação do vírus”, defendeu Gueye.

A OMS lamentou que, após uma redução no número de infeções em todo o continente no início do ano, muitos países também começaram a fazer menos testes.

Até agora, a África registou 11,7 milhões de casos da doença covid-19, dos quais cerca de 253.000 resultaram em óbitos.

A covid-19 já provocou pelo menos 6,26 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da página ‘online’ Our World in Data.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante do mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.