Durante a habitual conferência de imprensa semanal, o diretor do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), John Nkengasong, explicou que este aumento, de 235 mil para 240 mil mortes durante a última semana, é normal devido ao número de casos nas semanas anteriores.

“Nas últimas quatro semanas, entre 3 e 30 de janeiro, houve uma descida de 10% na média de casos e um aumento de 20% no número de mortes, mas quero enfatizar que isto é normal, porque as mortes surgem normalmente depois da infeção, as pessoas ficam doentes e vão ao hospital, e só depois podem morrer, e é por isso que os casos descem e as mortes sobem”, disse Nkengasong.

Olhando para esta semana, em comparação com a anterior, o África CDC registou um total de 194 mil casos, o que representa uma descida média de 16% face ao número da semana passada.

No total, o continente africano registou 10,8 milhões de casos de covid-19, resultando na morte de 240 mil pessoas, com África do Sul, Marrocos, Tunísia, Etiópia e Líbia a representarem 60% do número de casos.

Olhando para a evolução da pandemia, há oito países a enfrentar a quarta vaga e nove na quinta vaga, disse o diretor do África CDC.

“Há 39 países que registaram a variante Ómicron, e 48 países reportaram a presença da variante Delta, mas ainda não temos dados suficientes para ver como a presença da Ómicron mudou a dinâmica da variante Delta”, admitiu o responsável.

Na conferência de imprensa, John Nkengasong apresentou ainda três iniciativas que serão lançadas nos próximos dias: uma campanha para aumentar a vacinação dos jovens, uma bolsa para atrair os africanos na diáspora a voltarem para os seus países por três ou seis meses, e outra campanha para “democratizar a testagem”, tornando-a comum na vida dos cidadãos.

A covid-19 provocou pelo menos 5.686.108 de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante do mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.